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Queda do Inter afeta orçamento e põe Abel em xeque para fim do ano

Abel Braga comanda o Internacional e em busca de recuperação após eliminação - Ricardo Duarte/Inter
Abel Braga comanda o Internacional e em busca de recuperação após eliminação Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

19/11/2020 04h00

A eliminação na Copa do Brasil afetará diretamente o orçamento do Internacional para o restante da temporada e colocará o técnico Abel Braga contra a parede para o fim do ano. A queda no mata-mata nacional ocorreu após o Colorado vencer o América-MG por 1 a 0, com gol no último minuto, mas o time gaúcho acabou derrotado nas cobranças de pênaltis.

Como revelou o UOL Esporte, o Colorado considerava as premiações da Copa do Brasil até a fase semifinal em seu planejamento financeiro de 2020. Os R$ 7 milhões que ficaram com o Coelho farão falta numa condição financeira já bem distante do ideal.

"7 milhões são 7 milhões. Temos que tentar uma alternativa criativa para uma receita que não estava dentro dos planos", disse o presidente Marcelo Medeiros, que aproveitou sua entrevista coletiva para garantir que a folha de pagamento até dezembro está garantida e não ficará devendo a qualquer funcionário quando entregar sua gestão com a conclusão do mandato.

"Podemos recuperar passando na Libertadores. Mas é mais uma perda em um ano que a expressão atípico serve para atenuar a gravidade do que se enfrenta", acrescentou o mandatário.

Medeiros falou em tom de despedida. Seu período à frente do clube se encerra no fim do ano. As eleições do Inter ocorrem na próxima quarta-feira (primeiro turno, restrito a conselheiros) e no dia 15 de dezembro (segundo turno, com participação dos sócios).

E no pleito também reside a pressão sobre Abel Braga. O treinador contratado para substituir Eduardo Coudet — que foi para o Celta, da Espanha — comandou o time em seu terceiro jogo e ainda não venceu. O gol, único com ele no leme, ocorreu apenas nos acréscimos.

A cobrança da torcida é forte e o clima eleitoral leva isso aos bastidores também. A oposição tem movimentos firmes contrários à permanência de Abel e, caso consigam sucesso no pleito, não seria surpreendente uma ruptura de contrato, dependendo do momento vivido pelo time nas competições que restam.

O vínculo do treinador vai até fevereiro de 2021, quando acaba a temporada, mas não possui multa rescisória, autorizando a quebra sem necessidade de pagamento extra.

"O único segmento soberano em um clube é a torcida. Eles têm o direito de apoiar ou não, concordar ou não. Lamentavelmente não estão podendo nos prestigiar no estádio, isso seria importante para nós. Mas não tenho nada para falar. Tenho uma relação muito forte com o clube, tivemos êxitos importantes e espero continuar assim", disse o treinador.

Ainda há cicatrizes da saída de Eduardo Coudet nos bastidores do Inter. O argentino foi assunto tanto nas manifestações do presidente Medeiros quanto de Abel Braga, minutos mais tarde.

"Foi estranho e surpreendente a saída do treinador. Agora é tudo muito simples. O Inter tinha feito um jogo muito bom com Flamengo, não vi, vi os melhores momentos, mas depois não perdurou. Não sei, já não vinha bem. Tem que perguntar para os atletas, essa saída inesperada causa algum constrangimento. Meu objetivo é ajudar o time a tentar ganhar o máximo que puder", afirmou Abel.

O Colorado é vice-líder do Brasileiro. No domingo, encara o Fluminense com um time que deve ter muitas trocas. Na quarta-feira seguinte, encara o Boca Juniors em mais um mata-mata, desta vez pelas oitavas de final da Copa Libertadores. E o primeiro turno das eleições será exatamente no dia seguinte.

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