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Clubes conseguem patrocínios e renovações mesmo em meio à pandemia

Clubes brasileiros retomam patrocinadores em meio à pandemia do novo coronavírus - Fernando Moreno/AGIF
Clubes brasileiros retomam patrocinadores em meio à pandemia do novo coronavírus Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

24/09/2020 17h04

A pandemia causada pela Covid-19 parece não ter influenciado diretamente o mundo do futebol quando o assunto é patrocínio. Tanto no período sem jogos - que teve duração de quatro meses, quanto no retorno das competições - há cerca de dois meses, 24 novos acordos de patrocínios e 11 renovações foram realizadas pelos clubes da série A do Brasil. 8 deles tiveram contratos rescindidos neste período.

"Nunca houve uma paralisação tão longa de jogos e isso fez com que os departamentos dos clubes fossem obrigados a sair da zona de conforto e experimentar novos tipos de conteúdo em novos formatos, inclusive na ativação de patrocinadores. Algumas dessas iniciativas geraram resultados bem interessantes, mostraram que o torcedor tem o clube como parte de sua identidade mesmo quando ele não está em campo e está disposto a se engajar quando as ações são bem feitas e têm significado para ele", afirma André Monnerat, diretor de negócios da Feng, empresa especializada neste segmento.

Entre os 24 novos acordos, destacam-se Atlético-MG (Betsul e Intralot), Bahia (Zinzane), Botafogo (Eletromil e Zinzane), Ceará (Estadium Bet, Embracon e Servis Rastreamento), Corinthians (Galera Group e Positivo), Coritiba (Tintas Alessi, GT Consultoria e Britânia), Fortaleza (Brisanet e Servis Rastreamento), Flamengo (Banco de Brasília e Konami), São Paulo (ISure), Santos (Oceano B2B e Grupo FoxLux) e Sport (Minha casa financiada, Zaeli, Grupo FoxLux e Grupo Allo).

Já entre os clubes que conseguiram renovações de seus parceiros, aparecem 11 acordos, casos de Atlético-GO (Unimed), Bahia (Casa de Apostas), Corinthians (ALE Combustíveis), Fluminense, Botafogo, Flamengo e Vasco (TIM), Goiás (Unimed), São Paulo (Banco Inter e MRV) e Santos (Casa de Apostas).

"Acompanhamos uma série de anúncios de novos acordos e renovações, número bem acima da perda de contratos pelos clubes, aferida neste período de pandemia. Agora, com a volta dos competições mais acelerada, já está mais do que na hora de passarmos da fase da lamentação e aproveitarmos essa oportunidade única de agregarmos valor à entrega, unindo a visibilidade que as marcas ainda almejam e os altos índice de Ibope, com ativações e interações digitais", aponta Gustavo Herbetta, fundador e CCO da Lmid, agência de mkt esportivo.

Para o professor de marketing esportivo pela ESPM e especialista do mercado, Marcelo Palaia, as marcas entenderam que era o momento de estreitar valores, enquanto que do lado das instituições, foi necessário criar mecanismos de ativações ainda mais profundos para dar o retorno a esses parceiros.

"Ninguém rasga dinheiro, e a prova é que muitos patrocinadores resolveram investir ou renovar seus contratos, criando uma proximidade e uma relação de parceria não apenas com o clube, mas também com o torcedor, que no futuro vai enxergar essa aporte. Do outro lado, o clube se viu desafiado em criar novas estratégias de ativação".

Do mesmo jeito que ganharam ou renovaram novos patrocinadores, algumas agremiações citadas acima viram alguns de seus antigos parceiros não renovarem ou rescindirem os contratos neste período. Foram os casos de Atlético-GO: Estadium Bet (master) e WAM suspenderam os repasses, Botafogo: Azeite Royal, Corinthians e Coritiba: Marjosports, Flamengo: Banco digital Bs2 e Azeite Royal. Fluminense: Azeite Royal (suspensão), Goiás: Marjosports e Philco (suspensão) e Vasco: Azeite Royal.

"Com os portões ainda fechados, a principal visibilidade hoje vem da TV e das plataformas digitais. O Fortaleza sempre foi um clube que interagiu e ativou bastante sua marcas com o torcedor, e neste período, mais do que nunca, tivemos que ser ainda mais criativos e proporcionar instrumentos de divulgação em novas propriedades e conteúdos, como em nosso aplicativo digital", explica o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.