Topo

Tiago Nunes volta às "origens" para respirar e ganha Otero como arma

Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/09/2020 04h00

O técnico Tiago Nunes voltou às "origens" para o Corinthians vencer o Goiás por 2 a 1, no estádio da Serrinha, ontem (2), pela sétima rodada Campeonato Brasileiro. Isso porque o treinador recorreu aos seus antigos titulares para deixar o time mais criativo e ofensivo e, com isso, "respirar" no comando do Alvinegro.

Além disso, Tiago Nunes ganhou uma espécie de "arma" para o decorrer dos jogos: o meia Otero. O venezuelano entrou cheio de vontade, correu bastante, cruzou, finalizou e encerrou sua participação com assistência para o gol de Danilo Avelar aos 45 minutos do segundo tempo.

No entanto, o Corinthians mais inspirador e bem-parecido com o time que atuava antes da paralisação por conta da pandemia, jogou somente 45 minutos. Lucas Piton, Camacho e Luan voltaram ao time titular e tiveram boas atuações.

O trio chegou a se destacar na Flórida Cup e também no início do Campeonato Paulista, mas perdeu espaço após a paralisação dos jogos. Com eles, o time ganhou mais técnica e criatividade. Piton e Luan fizeram boas triangulações com Gustavo Mosquito do lado esquerdo do ataque. Aliás, o atacante que retornou de empréstimo do Paraná a pedido de Tiago Nunes também se destacou na primeira etapa - ao lado do trio e de Cantillo.

Piton e Camacho ajudam bastante na saída de bola e, desta forma, o time não fica refém de Fagner para iniciar as jogadas de ataque. Com mais qualidade técnica no campo de defesa, a equipe evita os chutões de Cássio ao ataque buscando a "casquinha" de cabeça de Jô entre os zagueiros adversários.

De volta para o futuro

O problema é que o próprio Tiago Nunes interrompeu a sua estratégia acertada na escalação inicial. No intervalo, após o Corinthians vencer o primeiro tempo por 1 a 0, o treinador sacou Camacho para colocar Gabriel. Segundo o técnico, o Goiás ganhava o meio-campo numericamente pois atuava com um "falso 9". A ideia era que Gabriel amenizasse essa suposta vantagem pois ser mais forte marcador que Camacho.

"A substituição foi tática, o Goiás não jogou com nove de referência, jogou com um meia que fazia flutuação e ganha numericamente o nosso meio-campo. O Gabriel é mais forte na parte defensiva e entrou para tentar neutralizar este jogador e dar mais liberdade ao Cantillo", disse Tiago.

No entanto, a estratégia não funcionou na prática. Pelo contrário, o time ficou menos criativo e mais defensivo. O resultado foi o gol de empate do Goiás marcado por Vinícius.

Após sofrer o gol, Tiago Nunes tentou ser ofensivo novamente e "descarregou" substituições. Ele colocou Éderson, Léo Natel, Araos e Otero, mas somente este último aproveitou a oportunidade.

Otero tem concorrência difícil

Otero entrou em campo cheio de vontade. O venezuelano correu bastante, arriscou enfiadas de bola no meio da defesa, finalizou dentro a área, bateu falta e escanteio. Aliás, o venezuelano foi responsável pela assistência do gol da vitória, de Avelar, em cobrança de escanteio da direita.

Apesar da boa atuação é improvável que Otero já inicie o duelo contra o Botafogo, sábado, na Neo Química Arena, como titular. Isso só deve ocorrer se Ramiro não estiver 100% fisicamente ou com risco de lesão. O ex-volante do Grêmio é um dos "homens de confiança" de Tiago Nunes e ainda participou diretamente de dois dos últimos três gols do time na competição.

Do outro lado do ataque, Mosquito também se destacou e deve permanecer como o jogador de profundidade que Tiago Nunes tanto sonhava no ataque. Restaria para Otero entrar na briga com Luan e Araos pela posição de armador central. Por isso, tudo indica que o venezuelano continue como uma boa "arma" para o segundo tempo.