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Temi morrer durante prisão, diz zagueiro do United investigado na Grécia

Capitão do Manchester United, Harry Maguire - Carl Recine
Capitão do Manchester United, Harry Maguire Imagem: Carl Recine

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/08/2020 10h10

Condenado a 21 meses e 10 dias de prisão condicional na Grécia por agressão, insultos e tentativa de corrupção, Harry Maguire, zagueiro do Manchester United disse que temeu por sua vida durante a prisão. Em entrevista à BBC, o jogador afirmou que foi agredido pelos policiais e que não deve um pedido de desculpas a ninguém.

"Eles bateram muito nas minhas pernas. Eu estava em pânico. Medo. Temi pela minha vida (...) Não sinto que devo um pedido de desculpas a ninguém. Um pedido de desculpas é algo que se diz quando fez algo errado", falou Maguire, que seguiu:

"Não desejo isso a ninguém. Obviamente que a situação tornou isso mais difícil por ser um dos maiores clubes do mundo, então, me arrependo de colocar os torcedores e o clube nisso, mas não fiz nada errado. Me encontrei em uma situação que poderia ter acontecido com qualquer pessoa e em qualquer lugar (...) Quando falo sobre isso, fico agitado, mas é só porque me faz sentir um pouco de raiva. Seguirei em frente. Sou forte o suficiente mentalmente"

Alegando inocência, Maguire negou ter agredido os policiais e contou que tentou fugir por não entender que estava sendo preso. O zagueiro chegou a pensar que se tratava de um sequestro.

"Eu sei o que aconteceu naquela noite. Eu sei a verdade", afirmou o jogador. "Minha consciência está tranquila. Sei exatamente o que aconteceu naquela noite".

"Nós nos ajoelhamos, colocamos nossas mãos para cima, e eles começaram a bater na gente. Algemaram uma das minhas mãos. Eles golpearam as minhas pernas, dizendo que a minha carreira tinha acabado, que não jogaria de novo. Neste momento, pensei que não teria chance deles serem policiais. Não tinha ideia de quem eram, então tentei fugir. Eu tinha uma mão algemada, e estava movendo a mão. Esta é a origem das acusações. É isso que eles estão chamando chamando de resistir à prisão. Socos não foram trocados. Eu não acreditei que eles eram policiais", relatou.

Os advogados do capitão do United apelaram da decisão do tribunal grego. Maguire está confiante em reverter o primeiro parecer.

"Eu tenho muita fé na justiça grega. A regra no novo julgamento nos dá mais tempo para nos preparar, reunir evidências, permite testemunhas no tribunal e estou muito confiante de que a verdade será dita e virá à tona", afirmou.

O capitão do time inglês espera que o episódio não altere seu posto no clube. "É uma grande honra ser capitão do Manchester United, algo que eu tenho muito orgulho (...) Não cabe a mim decidir, mas uma coisa que vou dizer é o quão solidário o clube tem sido desde o início. Eles têm sido ótimos comigo e agradeço por isso".

Em relação à seleção inglesa, o zagueiro mais caro do mundo lamentou a ausência na convocação para os jogos contra Islândia e Dinamarca pela Liga das Nações, nos dias 5 e 8 de setembro. Inicialmente, Maguire foi chamado, mas cortado na sequência.

"Amo jogar pelo meu país. Física e mentalmente, estou pronto para jogar. Estou desapontado, claro, mas entendo".