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Liga dos Campeões 2019/2020

Marquinhos ganhou PSG dentro e fora de campo e virou referência para Neymar

Marquinhos comemora gol marcado pelo PSG contra o RB Leipzig na semifinal da Liga dos Campeões - David Ramos/Getty Images
Marquinhos comemora gol marcado pelo PSG contra o RB Leipzig na semifinal da Liga dos Campeões Imagem: David Ramos/Getty Images

João Henrique Marques

Do UOL, em Lisboa (Portugal)

19/08/2020 04h00

Para o torcedor do Paris Saint-Germain, os gols marcados por Marquinhos nas quartas de final e semifinal da Liga dos Campeões são especiais. O zagueiro atingiu status de maior ídolo do elenco ao ser persistente na busca por levar o clube à inédita final do torneio. O auge da carreira do brasileiro foi atingido atuando na função de volante, algo que chegou até a causar irritação, mas agora o valoriza cada vez mais.

No PSG, Marquinhos é encarado como jogador símbolo. Assim, foi o escolhido recentemente para ser o garoto-propaganda da nova camisa do clube. Fluente no idioma francês, com a família morando em Paris e tendo ótima relação com a torcida organizada, o zagueiro sempre foi encarado internamente como uma referência para Neymar.

Marquinhos trata Neymar como um irmão. Pessoalmente, já conversou com membros da torcida organizada para defender o camisa 10 de críticas pelo comportamento extracampo. A mensagem passada era a de que Neymar sempre foi um líder focado em jogar futebol e ajudar o time.

Dentro de campo, Marquinhos conquistou o torcedor por conta da regularidade e raça demonstrada. Aos berros, ele comemora tanto os gols decisivos marcando contra Atalanta e RB Leipzig, em Lisboa, como desarmes importantes.

Ao fim de cada jogo do time no Parque dos Príncipes, o brasileiro costuma caminhar até o setor em que os Ultras marcam presença para aplaudi-los, e muitas vezes, jogar a camisa para os torcedores da organizada. Por conta da idolatria, ele estampou uma imensa bandeira posicionada na arquibancada central do estádio nesta temporada.

Recentemente, quando renovou contrato com o PSG até 2024 em janeiro, Marquinhos ouviu dos dirigentes a promessa de que a braçadeira será sua futuramente. Hoje, Thiago Silva é o capitão da equipe, mas o zagueiro de 35 anos fará no domingo seu último jogo pelo clube na final da Liga dos Campeões.

O sucesso como volante

A improvisação de Marquinhos como volante foi uma escolha de Tuchel logo após a chegada do treinador alemão em 2018. A aceitação do brasileiro em ter um novo posicionamento foi a contragosto e os erros iniciais o deixaram abalado. A reviravolta, no entanto, rapidamente aconteceu.

Marquinhos passou a ter sequência como volante muito por conta da falta de jogadores para a posição. Só que as grandes performances em sequência o deixaram à frente na disputa de titular na posição com meio-campistas de ofício, como o espanhol Ander Herrera e o argentino Leandro Paredes. Na seleção brasileira, o cenário como zagueiro não mudou, tendo ganhado a vaga de titular após a reserva na Copa do Mundo.

Com valorização por conta da versatilidade, Marquinhos sabe que terá de aprender a conviver com sondagens de grandes clubes. Já é assim há algum tempo. Em 2016, por exemplo, o zagueiro recebeu uma proposta do Barcelona, a que mais o balançou desde sua chegada a Paris.

A permanência é vista pela família do jogador como uma decisão em conjunto. Além da esposa Carol Cabrino, o zagueiro tem dois filhos e o irmão e empresário, Luan Aoás Corrêa, vivendo em Paris. Os pais e outros parentes próximos costumam visitá-los frequentemente.

Marquinhos chegou ao PSG em 2013, com apenas 19 anos. A rápida adaptação ao clube impressionou dirigentes. Atualmente, ele é visto pela diretoria como o estrangeiro do elenco com melhor nível de fluência no idioma francês. Já Neymar, após três anos no clube, ainda está em fase inicial de compreensão da língua francesa.