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Cebolinha chega a oito jogos sem gols e 'maior jejum' preocupa o Grêmio

Cebolinha marcou 20 gols pelo Grêmio na temporada passada. Neste ano, são três em 11 jogos - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Cebolinha marcou 20 gols pelo Grêmio na temporada passada. Neste ano, são três em 11 jogos Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

27/07/2020 04h00

Everton Cebolinha nunca passou tanto tempo sem fazer gols pelo Grêmio. Artilheiro do time em 2018 e 2019, o atacante já acumula oito partidas na atual temporada sem balançar as redes. Para Renato Gaúcho, a fase ruim se explica pela marcação dos adversários. Internamente, contudo, a leitura é que o camisa 11 vive ano atípico. Com atuações inconsistentes.

A falta de gols, e quem herdou o lugar de artilheiro do time, geram preocupação na Arena do Grêmio. Diego Souza, com seis bolas na rede, é o goleador da equipe. A dor de cabeça é com provável desgaste do camisa 29 e necessidade de preservação.

Em Porto Alegre desde 2013, Cebolinha sempre deu salto no número de gols de uma temporada para outra. No ano passado, foram 20. Em 2020, até agora, três bolas na rede em 11 jogos.

A série de jogos sem gols de Cebolinha começou no Gauchão, passou pela Copa Libertadores e tem três clássicos contra o Inter na soma. Iniciou antes da suspensão do futebol pela pandemia do novo coronavírus e avançou para os dois jogos depois da volta.

O mais recente gol do atacante do Grêmio foi diante do Esportivo, em três de fevereiro. Naquele dia, o time de Renato Portaluppi fez 5 a 0 dentro da Arena do Grêmio. De lá para cá, Everton atuou contra Aimoré, Internacional, Caxias, América de Cali, Inter de novo, São Luiz-RS, Inter mais uma vez e Ypiranga-RS.

No primeiro Gre-Nal de 2020, teve gol anulado por impedimento. No clássico da Libertadores, nada. Mas em Caxias do Sul, em jogo que marcou a retomada do Gauchão, Everton perdeu pênalti ainda na etapa inicial.

"O Everton já teve dias melhores. Fases melhores. Mas é o Everton. Mesmo não estando 100% é importante, preocupa o adversário. É sempre bem marcado. Ele não desaprendeu a fazer gols, mas a marcação é bem rígida. Enfim, não é desculpa. Daqui a pouco ele conhece novamente o caminho do gol", disse Renato Gaúcho ao falar sobre o jejum de Cebolinha.

Em 2018, Everton se tornou imprescindível ao Grêmio. No ano passado, foi decisivo mais uma vez. Na atual temporada, perdeu espaço para nomes como Matheus Henrique e o próprio Diego Souza. A dupla tem dividido protagonismo nos jogos, com boas atuações ou gols.

Sondado pelo Napoli, analisado por Borussia Dortmund e Atlético de Madrid e mais recentemente, citado em Portugal como indicação de Jorge Jesus ao Benfica. O futuro de Everton é acompanhado de perto por todos no Grêmio, mas existe trabalho para não conectar a provável saída com a queda de rendimento.

"Converso com o Everton quase diariamente. Desde a época em que foi convocado, converso e dou conselhos a ele. É normal, ele sabe conviver com isso. É do nível de seleção, de futebol europeu. Muitos clubes procuraram o Grêmio e não se acertaram, outras ofertas vão chegar. Ele está com a cabeça boa. A hora dele vai chegar, isso é entre ele e a diretoria. No momento que chegar a proposta e for boa para as três partes, as coisas vão sair. Não adianta ele se precipitar, forçar a barra. E nem é o caso. Não é por isso que ele não vem fazendo gols. É um jogador muito marcado pelo adversário. Mas ele se entrega bastante, ajuda bastante. Vai ser difícil o Grêmio segurar ele. Não é porque o Jorge Jesus indicou ao Benfica, mas o mundo inteiro conhece ele. Quando o jogador se destaca bastante, é natural chegar oferta de fora", afirmou Renato Gaúcho.