Internacional e Grêmio farão nesta semana o confronto de número 425 da história do clássico. Nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília) o jogo válido pela quarta rodada do returno do Campeonato Gaúcho marca retomada do estadual após a paralisação em razão da pandemia de novo coronavírus. Por meio dos números, é possível entender um pouco como o confronto se desenhou nos últimos dez anos.

Para interpretar o que as estatísticas mostram, a reportagem do UOL Esporte analisou todos os gols que saíram nos jogos de 2010 até 2020. A avaliação não levou em conta titulares ou reservas e em quais estádios foram realizados os clássicos. Os critérios estabelecidos foram específicos, sem qualquer avaliação de conceito ou contexto da partida. Confira o resultado abaixo.

Como nascem os gols?

Foram 46 clássicos disputados entre 2010 e 2020. Ao todo, foram marcados 96 gols, sendo 37 de bola parada e 59 de bola rolando. Neste caso, foram consideradas bolas paradas faltas, pênaltis, escanteios e jogadas que nasceram deste tipo de lance, como rebotes de falta e cruzamentos. Ou seja, 38,5% dos gols marcados nasceram de bola parada, e 61,5% de bola rolando.

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O Inter marcou 45 gols. Foram 16 gols de bola parada (35,5%) e 29 com bola rolando (64,5%). Já o Grêmio marcou 51 gols, com 21 de bola parada (41%) e 30 com bola rolando (59%). O Inter marcou mais gols percentualmente com criação de jogadas, e o Grêmio foi mais efetivo em lances de bola parada.

Os gols aconteceram, como esperado, em imensa maioria de dentro da área. Foram 82, contra 14 de longa distância. O Inter fez seis em chutes de longe, e o Grêmio oito. O Tricolor marcou 43 vezes de perto, e o Colorado 39. Outro dado interessante na análise dos gols mostra que 23% deles foram marcados de cabeça. O Inter se mostrou mais forte por cima com 26,5% dos gols desta forma. O Grêmio fez 19,6%.

Em que momento o jogo se resolve?

Para criar um padrão e avaliar quando os gols nascem, cada tempo foi dividido em três. Do apito inicial ao minuto 15, do minuto 16 ao minuto 30 e do minuto 31 até a conclusão do tempo.

A maior parte dos gols acontece no segundo tempo. Foram 44 gols marcados na primeira etapa do jogo, 45,8%. Destes oito, ocorreram logo no início (18%), 19 no segundo terço (43%) e 17 no último terço do primeiro tempo (39%). No segundo tempo foram marcados 52 gols (54,2%), com 18 no primeiro terço (35%), a mesma quantidade dos 16 aos 30 minutos (35%), e 16 no fim da partida (30%).

Considerando o jogo todo, a maioria dos gols ocorre entre o minuto 16 e o 30 do primeiro tempo, com 19,7% dos marcados. Em seguida, vêm o começo e o meio do segundo tempo com 18,7% cada um. Se comprova, ainda, a tese de que no início os times "se estudam". Do pontapé inicial até os 15 minutos saem apenas 8,4% dos gols.

O que chama atenção neste recorte é a diferença de comportamento das duas equipes. O Internacional marcou 21 gols no primeiro tempo (46,6%) e 24 gols na segunda etapa (53,4%). O momento do jogo que o Colorado mais marcou foi o início do segundo tempo. Com 12 gols do apito inicial para etapa complementar até os 15 de jogo, os vermelhos somaram 26,6% de seus gols. O meio do primeiro tempo veio logo atrás com 22,3% dos gols.

Já o Grêmio se supera sempre no fim das partidas. Com total de 23 gols no primeiro tempo (45%) e 28 na segunda etapa (55%), o Tricolor tem a mesma quantia no fim do primeiro tempo e do meio para o fim do segundo. Foram 11 gols marcados entre os 31 minutos e o fim da etapa inicial (21%). O mesmo percentual dos 16 aos 30 e dos 31 aos 45 do segundo tempo. Ou seja, 42% dos gols do Grêmio nos clássicos ocorreram dos 16 minutos do segundo tempo até o fim do jogo.

Quem fez os gols?

Como esperado, os atacantes concentram a maior parte dos gols. São 46 gols dos homens de frente (48%), 33 dos meio-campistas (34%), e 13 de zagueiros ou laterais (14%). Ainda houve quatro gols contra.

Mas, novamente, há uma diferença muito grande entre o retrato das equipes. O Inter, por exemplo, contou com o mesmo número de gols de atacantes e meias, talvez catapultado pela participação efetiva de D'Alessandro. São 19 gols de atacantes (42%) , 19 gols de meias (42%) e seis de defensores (13%). O Colorado foi beneficiado por um gol contra.

Já no Grêmio o cenário é totalmente diferente. São 27 gols marcados por atacantes (53%), 14 marcados por meio-campistas (27%), e sete marcados por defensores (13,7%). O Tricolor comemorou três gols contra do rival.