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Em carta, presidente do Flamengo se defende após reunião com Bolsonaro

Presidentes de Vasco (Alexandre Campello) e Flamengo (Rodolfo Landim) com o presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro - Reprodução/Instagram Flávio Bolsonaro
Presidentes de Vasco (Alexandre Campello) e Flamengo (Rodolfo Landim) com o presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro Imagem: Reprodução/Instagram Flávio Bolsonaro

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

25/05/2020 14h01

Alvo de críticas por conta do recente encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Rodolfo Landim, mandatário do Flamengo, divulgou uma carta, na tarde de hoje (25). No documento, ele afirma que o "país está doente" ao citar o que considerou "intolerância política" e garantiu que busca todas as orientações políticas "no sentido de conseguir os apoios que precisamos para melhorar continuamente" o Rubro-Negro.

A reunião com Bolsonaro para a discussão da volta do futebol em meio à pandemia de coronavírus não repercutiu bem em parte da torcida. O muro da Gávea, sede do clube, chegou a ser pichado com dizeres em que chamavam dirigentes de fascistas e lembravam o massagista Jorginho, que morreu após apresentar sintomas do Covid-19.

"É impensável para mim, na posição de líder de uma instituição democrática como o nosso Clube, deixar de discutir problemas e interesses dela com o presidente eleito democraticamente do país", diz ele, em trecho da carta.

Landim recordou que em evento para a inauguração da piscina da Gávea, convidou políticos de diferentes diretrizes. Além disso, salientou que, como cidadão, tem "convicções políticas pessoais", mas garante que não as deixa interferir no papel como presidente do Fla.

Veja a carta na íntegra:

Nação Rubro-Negra,

O que está escrito nessa carta é o retrato de como eu vejo o Flamengo.

Somos torcedores de todas as raças e credos, irmanados por uma única paixão.

Infelizmente, nosso país anda doente. Não falo da COVID-19, mas dessa intolerância política de parte a parte que separa até mesmo famílias e que, infelizmente, alguns pretendem implantar também no nosso Clube. O sentimento que nos une é amor e não ódio.

Entendo que meu papel como presidente do Clube é o de defender seus interesses e para isso é necessário me relacionar com autoridades.

Para mim, não importa a orientação política delas. Busco a todas no sentido de conseguir os apoios que precisamos para melhorar continuamente o nosso Flamengo.

Ao longo da minha gestão, tive inúmeros contatos com o prefeito, o governador e o presidente da república.

No Legislativo, estivemos com os presidentes da Câmara dos Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado, sempre discutindo projetos de interesse de nosso Clube.

Só como exemplo de total isenção, na inauguração de uma das novas piscinas do Flamengo conseguimos colocar lado a lado, hasteando bandeiras, o vice-governador Claudio Castro e o líder da oposição no Congresso Nacional, Alessandro Molon. Por sinal, são dois grandes rubro-negros, como também são o presidente da Assembleia Legislativa do RJ, André Ceciliano (PT), e o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, dois outros importantes representantes do povo que estão sempre abertos a nos ouvir e ajudar.

O Flamengo é mais que um Clube, ele é uma Nação e como tal deve ser plural.

É impensável para mim, na posição de líder de uma instituição democrática como o nosso Clube, deixar de discutir problemas e interesses dela com o presidente eleito democraticamente do país.

Obviamente, o cidadão Rodolfo Landim tem suas convicções políticas pessoais, mas posso garantir que as guardo para mim e em nada deixo-as interferir na atuação do presidente do Flamengo. Este, por dever de ofício, deve se relacionar igualmente com todas as autoridades, respeitando a vontade do povo que as elegeu. É assim que funcionam as democracias.

Podem estar certos de que continuarei agindo dessa forma durante o meu mandato, sempre com o único propósito de defender o interesse do nosso Flamengo.

Abraços e saudações rubro-negras".