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'Primeiro gol que gritei após me aposentar', diz Mancuso sobre Fla x River

Gabigol marca para o Flamengo na final da Libertadores contra o River Plate - Rodrigo Coca/Conmebol
Gabigol marca para o Flamengo na final da Libertadores contra o River Plate Imagem: Rodrigo Coca/Conmebol

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

24/05/2020 14h40

Com passagem marcante pelo Flamengo, o ex-volante Mancuso revelou que a virada do time rubro-negro na final da Libertadores do ano passado, contra o River Plate (ARG), o fez comemorar um gol pela primeira vez desde a aposentadoria, em 2000.

Argentino, Mancuso começou no Ferro Carril Oeste e teve passagens por Vélez Sársfield e Boca Juniors antes de desembarcar no Brasil, onde atuou por Palmeiras e Flamengo, clube pelo qual foi campeão do Carioca de 1996. Depois, defendeu o Independiente,da Argentina, Badajoz, da Espanha, Santa Cruz, e encerrou a carreira em 2000, pelo Bella Vista, do Uruguai.

"Vou ser muito sincero. Desde que me aposentei como jogador de futebol, nunca gritei um gol. Nunca mais gritei um gol porque, quando você deixa de ser jogador de futebol, acabou. Mas posso garantir que o gol do Flamengo, do triunfo contra o River, foi o primeiro gol que gritei depois de me aposentar. E gritei de um jeito louco, até me surpreendi. Como não vou gritar? Estou unido por um sentimento com o Flamengo. Eu estava deslocado, na parte da cozinha da minha casa. O Flamengo empatou e me levou, me pegou... Então, no segundo gol, eu saí correndo, dando voltas pela sala. Estava tremendo!", disse, em uma live com o jornalista argentino Emiliano Nunia.

Mancuso, do Flamengo, e Edmundo, disputam a bola em 1997: ano de título nacional vascaíno - Reprodução - Reprodução
Mancuso, do Flamengo, e Edmundo, do Vasco, disputam a bola em 1997: ano de título nacional vascaíno
Imagem: Reprodução

"E não foi por ser contra o River, nada a ver. Foi pelo meu amor pelo Flamengo, saiu da minha alma, foi muito emocionante, uma coisa louca. Tenho ainda contato com o Julio Cesar, o goleiro, e, depois, ele me contou que desmaiou na arquibancada. Foi muito forte".

Com a camisa rubro-negra, Mancuso foi companheiro de Romário, a quem considerou o maior atacante com quem já atuou.

"Como atacante, foi o maior companheiro de equipe que já tive. E olha que joguei com Caniggia, Batistuta, Rivaldo, Muller, Evair, e com tantos outros. Todos de elite, mas Romário está um passo acima. O que ele tinha de diferente? Ele tinha uma sexta marcha que, nos últimos metros, ele mudava o ritmo e fazia diferença. Depois, definia de várias maneiras, uma coisa espetacular. Anotaram a ele 1000 gols, uma loucura", ressalta.

O ex-volante lembrou ainda de um episódio em que o Baixinho chegou ao treino atrasado e de helicóptero.

"Tinha um treinador do Flamengo que era muito rígido e Romário não gostava muito. Ele era o dono da equipe, o goleador, o ídolo. Tínhamos de chegar às 10h e, quem chegasse atrasado, havia um pedido para não darem a roupa. Romário, de propósito, chegava 10h30, 11h... O que iam fazer? Tirar o Romário? Um dia, todo mundo tinha chegado e faltava o Romário e não podíamos começar sem ele. Passaram 30 minutos e o Romário não chegava. De repente, escutamos um helicóptero se aproximando. Corremos do campo. Era Romário pilotando com um copiloto, pousou e saiu caminhando para o vestiário. Foi a primeira vez na vida que vi algo assim. Ele era impossível", contou, aos risos.

Mancuso e Maradona acompanham juntos treino da Argentina para a Copa Davis em 2008 - AFP/JUAN MABROMATA - AFP/JUAN MABROMATA
Mancuso (à esquerda da foto) e Maradona acompanham juntos treino da Argentina para a Copa Davis em 2008
Imagem: AFP/JUAN MABROMATA

Auxiliar-técnico de Maradona na Copa do Mundo de 2010, Mancuso afirmou que quer ser treinador e disse receber contatos de times brasileiros. Segundo ele, depois do Mundial da África do Sul, ele foi procurado pelo Palmeiras, mas as conversas não avançaram.

"Quero me dar o prazer de ser treinador, é o que me falta. Mas gostaria de começar minha carreira no Brasil. Estão me ligando do futebol brasileiro com frequência. Tenho que ter esse gosto, já recusei várias vezes. Quando voltei de Copa do Mundo de 2010, a primeira oferta que tive foi no Palmeiras em 2011, 2012".