Topo

Cafu diz que visita túmulo do filho a cada cinco dias: "Não assimilei"

Danilo Feliciano, à direita, morreu aos 30 anos de idade - Reprodução/Instagram
Danilo Feliciano, à direita, morreu aos 30 anos de idade Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

01/11/2019 19h26

Cafu falou sobre a perda de seu filho Danilo Feliciano de Morais, que morreu no início de setembro, em São Paulo, vítima de um infarto. Danilo passou mal enquanto jogava futebol na casa da família, em Barueri. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.

"Enterrar um filho foge do contexto geral, de tudo o que você sente ao longo da vida. A cada cinco dias, vou ao cemitério visitar o túmulo. Eu não assimilei o que aconteceu. Não tive coragem de entrar no quarto dele até agora, meu filho Wellington recolheu as coisas e colocou tudo para doação. Nunca mais pisei no campo onde aconteceu a convulsão. Não sei como descrever a sensação de jogar terra sobre o caixão de um filho sabendo que ele não vai mais voltar. A morte de um filho acompanha um pai e uma mãe para o resto da vida", afirmou em entrevista à Veja.

Cafu relembrou o que aconteceu no dia da morte de Danilo e falou sobre a correria para levar seu filho ao hospital. "O Danilo estava no mesmo time que eu. Em um intervalo, ele saiu e eu segui jogando, pois sou fominha. Três minutos depois, notei um tumulto fora do campo. Por curiosidade, fui ver o que estava acontecendo, e deparei com meu filho sofrendo convulsões. Entrei em pânico, pois ele tinha um histórico cardíaco delicado. Ligamos para os bombeiros, e eles disseram que chegariam em dez minutos, mas meu filho não poderia esperar. Pedi que retirassem as crianças dali, para que não vissem a cena e a correria. Carreguei o Danilo no colo, coloquei-o no carro e em cinco minutos chegamos ao hospital", disse.

"Ele já estava pior quando chegou ao hospital. Os médicos tentaram reanimá-lo de muitas formas. Depois de meia hora, um médico me chamou num canto. Eu disse: 'Doutor, não precisa falar nada. Estou vendo que ele não responde'. Fiquei de pé, orando e pedindo a Deus que não levasse meu menino. Não foi possível", acrescentou.

Danilo sofria de aterosclerose coronária precoce (entupimento dos vasos do coração). A primeira aparição da doença também ocorreu dentro de um campo. Ele sentiu fortes dores no peito jogando bola e mais tarde foi para um hospital. Após realizar um eletrocardiograma, o diagnóstico mostrou que o garoto, de então 24 anos, havia sofrido um infarto. Depois disso, um stent foi colocado em Danilo. Ele tinha uma consulta agendada para dois dias depois de sua morte, justamente para fazer um cateterismo e ver se seria preciso trocar o stent.