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Oposição do Palmeiras vê suspensão de Genaro irregular e irá à Justiça

Genaro Marino, ex-vice de Galiotte e atual adversário político do presidente, foi suspenso por um ano - Danilo Lavieri/UOL Esporte
Genaro Marino, ex-vice de Galiotte e atual adversário político do presidente, foi suspenso por um ano Imagem: Danilo Lavieri/UOL Esporte

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

02/08/2019 17h10

Conselheiros de oposição do Palmeiras entrarão na Justiça comum para tentar reverter a suspensão de um ano imposta a Genaro Marino, ex-vice de Maurício Galiotte e adversário do atual presidente nas eleições do ano passado. Genaro foi punido em reunião do Conselho Deliberativo ontem, por sua participação no caso Blackstar, mas aliados afirmam que o processo de votação foi irregular.

Segundo opositores, o estatuto do clube não deixa dúvida de que a suspensão de um conselheiro exige a maioria de quórum qualificado - ou seja, metade mais um dos votos totais do conselho, e não apenas dos que estão presentes à sessão. Portanto, seriam necessários mais de 140 votos, mas Genaro foi punido com somente 122 votos a favor. Houve ainda 76 votos contra a punição e 27 abstenções.

Em sua defesa, o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande, argumentou que Genaro foi julgado como sócio, e não como conselheiro, e por isso a maioria dos presentes bastaria. Mas a oposição contesta esse argumento dizendo que ele teve seus direitos de conselheiro suspensos, e que a suspensão de sócios é feita pelo departamento de sindicância, não pelo conselho.

A votação por maioria dos presentes foi vista como uma manobra para burlar o estatuto, ainda que a situação tivesse poder para articular votos favoráveis de mais de 140 conselheiros, na visão da oposição. Como Del Grande tem entendimento diferente, e não há mais instâncias para recorrer dentro do clube, só resta aos oposicionistas entrarem na Justiça comum. Há confiança de que a suspensão será revertida.

Genaro Marino foi suspenso por um ano pelo Conselho Deliberativo após sindicância que investigou sua participação no caso Blackstar. Ele protocolou no Palmeiras, às vésperas da eleição presidencial do ano passado, uma proposta de patrocínio de R$ 1 bilhão a serem pagos à vista pela empresa Blackstar. Na ocasião, aliados de Galiotte viram o fato como uma tentativa de tumultuar as negociações de renovação com a Crefisa. Em dezembro, já reeleito, Galiotte acusou a Blackstar de apresentar garantias bancárias falsas e renovou com a Crefisa por três anos.

Além da suspensão a Genaro, o conselho palmeirense também advertiu o ex-presidente Paulo Nobre e outros dois conselheiros, José Carlos Tomaselli e Ricardo Galassi, que fizeram parte da chapa de Marino no ano passado. Após a punição, Nobre renunciou ao cargo de conselheiro vitalício do Palmeiras, concretizando uma intenção que ele já havia demonstrado em fevereiro, pouco depois de começar a sindicância do caso Blackstar.

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