Clássico que fez Ronaldinho ser ídolo vira questão de honra ao PSG amanhã
Em uma época de vacas magras, o Paris Saint-Germain passou 15 anos sem vencer o maior rival na França, o Olympique de Marselha, fora de casa, no estádio Vélodrome. E o jejum acabou em 2003, com o que ficou conhecido como o melhor jogo de Ronaldinho Gaúcho pelo clube. O brasileiro abusou dos dribles, fez um golaço, deu assistência e mudou o patamar do time graças à atuação na vitória por 3 a 0.
Apesar de bons momentos, o PSG de Ronaldinho jamais se aproximou de título na França. Os jogos contra o Olympique pareciam um campeonato à parte, e na temporada 2002-2003, o placar agregado de 6 a 0 nos dois confrontos (time venceu o duelo no Parque dos Príncipes também por 3 a 0) são comemorados como feito histórico mesmo com o time terminando na 11ª colocação do campeonato nacional.
A honra em jogo é o que move o PSG neste domingo, contra o Olympique, no Parque dos Príncipes. Desta vez, o título nacional está praticamente assegurado, com 17 pontos de vantagem para o 2º colocado. No entanto, o triunfo contra o maior rival é encarado como obrigação para diminuir a pressão de imprensa e torcida, em razão da eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões, diante do Manchester United, há uma semana.
Ronaldinho
O livro "100 histórias extraordinárias do PSG" dedica um capítulo para a atuação de Ronaldinho no Vélodrome e conta uma passagem em que o brasileiro se dirige ao goleiro do time, Jeromy Alonzo, no aquecimento antes do jogo: "Que lindo esse estádio, gostei. Campo grande, boa a grama, vou ganhar esse jogo aqui, pode confiar em mim", avisou.
"O Ronaldinho foi inconstante durante muito tempo no PSG, mas parece que ele sempre verificou a data dos jogos contra o Marselha. Brilhante, ele era o pesadelo do maior rival. Infelizmente nem sempre foi empolgante e saiu sem troféu com o clube. Mas este Olympique x PSG realmente carrega sua marca", definiu Florent Tourchet, repórter da revista France Football.
Entenda a rivalidade
A rivalidade entre os times ganhou força a partir da década de 90. E em um campeonato recheado de jogos considerados de nível técnico baixo, o confronto contra o Marselha ganhou status de decisão no PSG.
O confronto recebeu relevância muito por conta da rivalidade política entre as duas maiores cidades da França. Os sulistas de Marselha são historicamente questionadores do domínio político, cultural e econômico que a capital exerce sobre as outras cidades do país. O reflexo no futebol só foi sentido com o crescimento do PSG nos anos 90.
Patrocinado pelo Canal +, o PSG passou a contar com investimento pesado e montar elencos com craques como Raí, George Weah e David Ginola. A ideia era fazer frente ao domínio do Olympique, que chegou a ganhar cinco títulos consecutivos, entre 1988 e 1993, além de uma Liga dos Campeões da Europa. A hegemonia foi quebrada pelo PSG em 1994. Foi quando a rivalidade tornou-se realmente grande.
Com exclusividade de transmissão e para fortalecer a marca, o Canal + passou a aderir o slogan "Le Classique" para o confronto desde então. Mesmo nos 16 anos seguintes, sem conquistas no Campeonato Francês das equipes - Olympique de Marselha voltou a ser campeão em 2009 -, o duelo manteve a alcunha.
"Há um trato distinto dos torcedores, uma rivalidade grande. A semana inteira só falando disso, como uma final de campeonato. Com certeza quem atua no PSG percebe a diferença da partida", destacou Florent Tourchet.
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