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Atlético-MG muda, cai de rendimento e fica longe de objetivo do presidente

Thiago Larghi, técnico do Atlético-MG, ainda não encontrou a formação ideal para o segundo semestre - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Thiago Larghi, técnico do Atlético-MG, ainda não encontrou a formação ideal para o segundo semestre Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

08/08/2018 04h00

A dificuldade de Thiago Larghi para encontrar a formação ideal começa a causar preocupação no Atlético-MG. Sem uma equipe definida, o técnico vê o time sofrer queda de rendimento e ficar longe do objetivo traçado pelo presidente Sérgio Sette Câmara - a briga pelo Campeonato Brasileiro.

Com as vendas de Bremer e Róger Guedes e as lesões de Adilson e Gustavo Blanco, a comissão técnica passou a ter dificuldades para montar a escalação. Em cinco rodadas, o treinador não conseguiu repetir o time, seja por suspensões, problemas físicos ou opções técnicas.

A defesa é o setor que mais sofre alterações. Oito atletas já estiveram nas quatro posições diferentes do sistema desde a volta ao Campeonato Brasileiro. Com dificuldades para encontrar uma formação ideal, o Galo não consegue manter a forma e acumula tropeços.

Nas últimas cinco rodadas, foram três derrotas, para Grêmio (2-0), Palmeiras (3-2) e Internacional (1-0), um empate com o Bahia (2-2) e apenas um triunfo sobre o Paraná (2-0). O aproveitamento é de 26,67%. Somente Paraná, com três pontos em 15 disputados, e Sport, com um, apresentaram desempenhos piores neste período.

Antes da paralisação para a Copa do Mundo, o rendimento do Atlético era bem superior. Com 23 pontos em 12 rodadas, o Galo tinha média de 63,8%. Foram sete triunfos, sobre Vitória, Corinthians, Atlético-PR, Cruzeiro, América-MG, Fluminense e Ceará, duas igualdades, diante de São Paulo e Chapecoense, e três reveses, para Vasco, Flamengo e Sport.

A brusca queda de rendimento faz com que o time fique longe da briga pelo título nacional e não consiga cumprir à risca um pedido do presidente Sérgio Sette Câmara. Ao fim das 12 rodadas que ocorreram antes da Copa do Mundo, o Atlético tinha quatro pontos de diferença para o líder Flamengo. Esta distância já subiu para oito. Hoje, é o São Paulo quem lidera a competição.

Em maio passado, logo após a eliminação para o San Lorenzo na primeira fase da Conmebol Sul-Americana, o mandatário do Galo concedeu entrevista à Fox Sports e falou sobre o desejo de vencer o Brasileiro nesta temporada.

"Temos em mira, obviamente, o Campeonato Brasileiro, como falei no dia da minha posse. É um objetivo, não é um sonho. Temos totais condições de chegar lá. Vamos enfrentar equipes que vão estar disputando outros campeonatos", declarou à época. "Vamos continuar nosso caminho no Campeonato Brasileiro, na busca pela classificação para a Libertadores", acrescentou.

Para tentar alcançar a meta estipulada em sua posse, o mandatário agiu no mercado da bola. Seis jogadores chegaram à Cidade do Galo de junho para cá. Yimmi Chará, David Terans, Denílson, Edinho, Zé Welison e Leandrinho.

O investimento foi bastante elevado. Somente Chará custou US$ 6 milhões (R$ 22,2 mi à época) aos cofres do clube. Houve até empréstimo de Ricardo Guimarães à cúpula. O ex-presidente alvinegro e proprietário do Banco BMG disponibilizou 2 milhões de dólares (R$ 7,4 mi) para pagar a primeira parcela da compra do atacante. Tido como substituto de Róger Guedes, o gringo fez cinco partidas, marcando um gol e dando duas assistências.