O que acontece com Borja? Ex-atacantes do Palmeiras opinam e dão dicas

Miguel Borja chegou ao Palmeiras como uma das principais contratações para a temporada - foram cerca de R$ 35 milhões investidos no colombiano. Campeão da Libertadores 2016 pelo Atlético Nacional, o atacante de 24 anos empolgou na estreia e foi às redes já em seu primeiro jogo com a camisa alviverde, diante da Ferroviária, no sexto jogo do time em 2017. Voltou a marcar na partida seguinte, contra o Red Bull, mas depois disso caiu de produção e passou a ser um jogador contestado.
Até aqui, são apenas seis gols em 17 jogos, e a titularidade cada vez mais ameaçada. O próprio atacante colombiano não esconde a irritação pela má fase e até pelas substituições, cada vez mais frequentes. O que acontece com Borja? A pergunta foi feita pelo UOL Esporte a três atacantes consagrados na história do Palmeiras: Evair, Oséas e Luizão. Para eles, não há dúvidas de que se trata de um grande jogador, porém, a ansiedade vem atrapalhando o atacante que ainda precisa de um período de adaptação no clube.
De acordo com Evair, uma solução para Borja é 'esquecer' a escassez de gols e reforçar cada vez mais o jogo coletivo. "É ter paciência, o tempo todo não deixar de pensar no grupo, porque às vezes a bola não entra e você não consegue fazer a sua parte individualmente, mas você pode fazer isso ajudando o grupo, sendo o cara que segura a bola lá na frente, que protege, que faça o time jogar, então, são situações que poderiam fazer com que ele tivesse um pouquinho mais de êxito", acrescentou o ex-atacante, que disse não ter passado por esse 'problema' quando foi contratado pelo Palmeiras em 1991.
"Comigo não foi assim porque eu já vinha de uma escola muito difícil. Quando eu voltei da Itália eu já tinha mais experiência, eu sabia que as coisas poderiam acontecer de uma hora para outra, que o jogo poderia mudar... Talvez esteja faltando justamente isso para o Borja, essa percepção. Em minha opinião, é muito bom jogador, tem qualidade, velocidade, força física, visão de jogo, tem tudo, mas ele precisa saber administrar esse momento", acrescentou.
"Ele é muito bom jogador, mas o Palmeiras não joga no contra-ataque e ele é um cara mais de velocidade. E tem também a adaptação dele, mas ele acabou de chegar, é difícil para gente, que jogou em outros países, às vezes sente um pouco, tem que dar tempo ao tempo. O Atlético Nacional jogava no contra-ataque e o Palmeiras não joga, os estilos são diferentes, ele não é muito um cara de fazer tabela, fazer um 'pivozão'", analisou Luizão.
"Uma hora a bola vai entrar, não tem jeito[risos], tem que treinar mais e ganhar a confiança de novo pra voltar a fazer gols", acrescentou.
"Ele realmente ainda não está bem no Palmeiras, mas é um excelente jogador. Ele demonstrou isso no Atlético Nacional, na Libertadores do ano passado, é um centroavante de qualidade. Eu mesmo ficava admirado pelo trabalho que ele vinha fazendo na equipe, só que infelizmente aqui no Palmeiras ele não engrenou. Mas ele tem muito futuro ainda aqui no Palmeiras, não sei se é por causa da adaptação... O Palmeiras tem uma equipe boa, um grupo bom, hoje a gente pode até comparar ele com o Willian... O Willian tem uma característica diferente, mas eu penso que o Willian está um pouquinho acima dele ainda, mas o Borja é um excelente jogador, eu acredito ainda que ele vai ter sucesso com a camisa do Palmeiras", disse.
"A gente tem que ser bem prático: o gol não está saindo. Não que está treinando pouco, nada disso... É momento de tranquilidade, de calma. Eu mesmo passei vários jogos sem fazer gols, e quanto mais ficava desesperado, aí que o gol não saía, eu ficava ansioso... Então tem que ter tranquilidade, porque treinar ele treina, está fazendo tudo o que pedem. É fase, tem que ter paciência e não desesperar porque, quando a bola começar a entrar, aí é só alegria mesmo", completou Oséas.