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Não achávamos que negócio com Drogba daria certo, diz diretor corintiano

Para Adauto, "é melhor tirar sonhos antes de permitir que esses sonhos virem pesadelos" - Folhapress
Para Adauto, 'é melhor tirar sonhos antes de permitir que esses sonhos virem pesadelos' Imagem: Folhapress

Do UOL, em São Paulo

14/02/2017 21h15

O diretor de futebol do Corinthians, Flávio Adauto, expôs mais uma vez nesta sexta-feira os problemas da diretoria do clube que se tornaram públicos durante a tentativa de contratação do atacante Didier Drogba. Em entrevista ao canal de TV por assinatura Esporte Interativo, o dirigente voltou a deixar claro que a contratação era um desejo da diretoria de marketing, e não da de futebol.

“Começou tudo errado. Eu não escondo nada. Começou de forma estranha, terminou de forma mais estranha ainda. O Corinthians se envolveu depois de 10 dias de negociações-fantasma. O departamento de futebol não se envolveu no começo. Começa errado, termina errado”, afirmou o dirigente.

“Nós dissemos – e eu particularmente – que não acreditávamos que ia dar certo. Sou sempre muito franco. É melhor tirar sonhos antes de permitir que esses sonhos virem pesadelos”, completou.

Segundo Adauto, a diretoria de futebol adotou uma prática diferente da realizada pela diretoria de marketing na hora de contratar jogador. No caso, a outra ala da cúpula alvinegra falou com intermediários antes mesmo de saber se o próprio Drogba teria interesse.

“O Corinthians fez oito contratações. Todas elas deram certo porque o primeiro a ser consultado foi o atleta. O Drogba foi saber pela imprensa, por terceiros ou quartos”, criticou Flávio Adauto. “Drogba foi um sonho ruim porque ele nunca existiu para nós no departamento de futebol”, completou.

Adauto, porém, deixou claro que a negociação com Drogba foi “um único caso que teve uma repercussão muito grande”, e não uma divisão sintomática entre alas da diretoria. Segundo ele, o racha foi resultado da influência de pessoas de fora do clube que pretendia ajudar em contratações.

“Foi um momento de infelicidade do Corinthians, de seus dirigentes de modo geral”, disse, enfatizando os acertos nas contratações para 2017. “Prefiro falar do Jadson, do Kazim, do Jô. Não vamos ficar mastigando história, ruminando a conversa”, completou.

Pottker no futuro?

Adauto ainda voltou a explicar o fim das negociações com o atacante William Pottker, da Ponte Preta. Segundo o dirigente, havia um acordo com os empresários do atleta pela negociação, desde que Pottker não entrasse em campo pelo Campeonato Paulista e pela Copa do Brasil.

“Eu disse que o primeiro a ser consultado deve ser o jogador. Quando os empresários do jogador (Pottker) mostraram a possibilidade da contratação, o Corinthians tinha o máximo interesse. Acertamos quatro anos de contrato, o salário do jogador”, disse Adauto.

Entretanto, a Ponte Preta - dona de 20% dos direitos - não foi comunicada pelos corintianos a respeito da restrição. “Deixamos bem claro para os agentes: não coloquem o Pottker para jogar na Copa do Brasil”, explicou o dirigente.

O Corinthians, porém, não descarta a possibilidade de retomar o negócio no futuro. “Quem sabe ele pode vir ainda? A gente deseja toda a sorte do mundo para o jogador”, afirma.