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Reportagem da ESPN mostra nova versão para "ataque de fúria" de Hope Solo

Apesar da polêmica, Hope Solo segue no grupo da seleção norte-americana de futebol - REUTERS/Brian Snyder
Apesar da polêmica, Hope Solo segue no grupo da seleção norte-americana de futebol Imagem: REUTERS/Brian Snyder

Do UOL, em São Paulo

08/06/2015 13h47

Recentemente, a goleira da seleção norte-americana de futebol, Hope Solo, foi presa por envolvimento em um caso de violência doméstica envolvendo sua irmã e seu sobrinho durante uma festa.  Uma reportagem produzida pela ESPN norte-americana teve acesso aos relatórios policiais e depoimentos do caso, e o conteúdo desmistifica a imagem de vítima que a goleira vinha tentando apresentar em programas norte-americanos. Os detalhes foram fornecidos por Teresa Obert, meia irmã da goleira, e seu filho, que não teve o nome revelado por ser menor de idade quando os fatos ocorreram. 

Em entrevistas a programas norte-americanos, Hope Solo tentava se colocar como vítima da situação. 
 
“Eu não vou entrar em todos os detalhes, mas foi uma noite pavorosa. Eu fui vítima de violência doméstica pelo meu sobrinho de 17 anos, que tem 1,83 cm e pesa 127 quilos. Ele me golpeou na cabeça de forma severa. Essa foi uma noite realmente assustadora”, declarou Solo, que mede 1,75 e pesa apenas 68 quilos.
 
Vendo tais declarações, Teresa Obert não conseguiu se conter e resolveu declarar para a imprensa sua versão sobre o ocorrido. Para ela, Solo se aproveitou da fama para distorcer o que realmente aconteceu naquela noite. 
 
“Eu não pude acreditar no que estava vendo. Parecia que eu tinha recebido um chute na cabeça. Ela foi ao ‘Good Morning America’ e mentiu. Eu fiquei muito chateada. Isto nunca teve a ver com o tamanho deles. Ela tentou diminui-lo durante toda a vida. Meu filho não é uma pessoa agressiva. Ela é uma atleta bem condicionada e é forte”, declarou Teresa. 
 
Ainda segundo Teresa, Hope Solo seguiu o garoto até a garagem da casa em que eles estavam. Neste momento, ela começou a ouvir o filho chamando por ela e a goleira gritando diversos xingamentos direcionados ao garoto, que rebatia as agressões verbais.
 
“Ele disse a Hope que ela nunca iria saber o que é ser mãe, porque mesmo que ela um dia tivesse filhos, eles teriam a infância mais infeliz de todas, pois a mãe não teria compaixão”, declarou Teresa.
 
No depoimento prestado à polícia, o filho de Teresa alegou que foi agredido por Hope diversas vezes. Já Teresa, em entrevista à reportagem, declarou que o filho precisou imobilizar a goleira para que ela começasse a se acalmar, liberando ela instantes depois. Entretanto, assim que Hope se levantou, ela segurou o garoto pelos cabelos e começou a agredi-lo com socos no rosto. Em depoimento, Teresa afirmou que a goleira o derrubou e começou a bater a cabeça dele no chão. 
 
“Ela o agarrou, o derrubou e ficou batendo com a cabeça dele no chão diversas vezes. Então, eu vim por trás dela e fiz ela sair de cima do meu filho. Neste momento, ela começou a socar o meu rosto repetidamente”, detalhou Teresa. 
 
Em meio ao tumulto, a polícia local chegou e prendeu Hope Solo, identificando imediatamente que ela estava embriagada. Porém, no trajeto para a delegacia, a goleira se envolveu em mais problemas, desta vez com um dos policiais. O policial Robert Russell, que atendia a ocorrência, reportou que assim que a goleira chegou à delegacia de Kirkland, começou a gritar ofensar de dentro da viatura.  Conforme ela era levada para dentro do prédio, o policial constatou que ela “mostrava sinais de estar intoxicada. Seus olhos estavam vermelhos, ela falava de forma arrastada, faltava coordenação motora e seu hálito indicava que ela havia consumido algo”.
 
Ainda durante a confusão, a goleira teria menosprezado um outro policial, alegando que o colar que ela usava valia mais do que o oficial iria receber durante um ano inteiro de trabalho, e seguiu ironizando Russell, dizendo que ele “não valia nada e que deveria se sentir orgulhoso por ter um pouco de autoridade”.
 
Segundo os policiais, Hope Solo continuou com os insultos na tentativa de “incitar alguma reação”. A goleira persistiu resistindo aos comandos dos policiais, que precisaram imobiliza-la para que ela começasse a obedecer. A goleira ainda teria dito que “agrediria um dos policiais se não estivesse imobilizada”.
Apesar de toda a confusão, o caso foi encerrado em janeiro.
 
Teresa encerra detalhando que nem ela e nem seu filho foram procurados pela seleção norte-americana de futebol para dar detalhes sobre o ocorrido. Aparentemente, estes entreveros não foram suficientes para diminuir o prestígio da goleira com a comissão técnica, visto que ela segue como titular no grupo que disputa o Mundial da categoria e enfrentará a Austrália, nesta segunda-feira (08).