Renovar com técnicos e manter base. As prioridades de Cruzeiro e Atlético

Soberanos nas principais competições brasileiras deste ano, Cruzeiro e Atlético-MG têm como prioridades renovar os vínculos dos treinadores e também de importantes atletas para que contem com bases semelhantes em 2015. Os clubes querem as continuidades de Marcelo Oliveira e Levir Culpi, mas, no momento, não há a garantia que isso aconteça.

A permanência de Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro consecutivo na Toca da Raposa II, é mais fácil de se concretizar. O treinador disse esperar o término das competições para iniciar conversas com a diretoria.

Campeão da Copa do Brasil, Levir Culpi aguarda o acerto de pendências (que preferiu não revelar) com a diretoria atleticana para sacramentar o acordo com o atual clube.

 “Estou de bem com a vida e com o clube, temos amizade, o time está conquistando resultados e a torcida está feliz. É momento de continuidade. Tem coisas que giram em volta também que são pertinentes a mim e à diretoria. A oportunidade de continuar é claro que é grande, mas vou esperar”, disse Levir.

Mesmo que não tenha uma definição sobre a sua permanência, o treinador questiona o planejamento para o ano seguinte, quando o clube terá Daniel Nepomuceno como presidente, posto atualmente ocupado por Alexandre Kalil, que termina semana que vem o seu segundo mandato.

“O Atlético tem que resolver isso rapidamente. Já estamos atrasados. Já deveria estar preparada a pré-temporada. É tudo de acordo com o último jogo aqui no Brasil. as coisas funcionam dessa maneira. O Atlético precisa organizar pré-temporada, saber quem vai ficar ou vai sair. Se alguém não acordar, vamos passar dificuldades de novo”, afirmou.

Já o caso de Marcelo Oliveira é diferente. Segundo ele, houve prioridade às disputas dos títulos. “Nós fizemos questão de não falar sobre isso (renovação) durante o período de decisões. Isso era menos importante do que canalizarmos todas as energias no Brasileiro e na Copa do Brasil. Creio que, nesta semana, tenhamos um pouco mais de tempo para falar sobre isso”, declarou.

Quando chegou ao Cruzeiro, no ano passado, o treinador disse que gosta de trabalhar por etapas, renovando o seu contrato a cada temporada. Em outubro passado, Gilvan de Pinho Tavares revelou, em entrevista coletiva, que o treinador deseja uma sequência no clube celeste.

JOGADORES

Os problemas relacionados às renovações não estão apenas nos bancos de Atlético e Cruzeiro. Os clubes preocupam-se também com os atletas. Na Cidade do Galo, Leandro Donizete e Guilherme são os titulares com os contratos mais próximos do fim.

Com vínculo até dezembro, o volante já iniciou conversas voltadas para a renovação, enquanto o meia-atacante, que tem acordo até março de 2015, não deve permanecer. Ele, inclusive, já foi oferecido por seus empresários ao Santos e conta com o aval do técnico Enderson Moreira.

O volante Josué também fica sem contrato em dezembro e ainda não foi iniciada negociação por renovação.

Pedro Botelho, Claudinei e Cesinha estão emprestados até o fim do ano. A permanência do trio em Belo Horizonte depende de acordos do alvinegro mineiro com os detentores dos direitos dos atletas Atlético-PR, Tombense e Bragantino, respectivamente. A cúpula ainda não se pronuncia sobre o desejo de tê-los no plantel.

Douglas Santos vive um dilema semelhante. O jogador pertence à Udinese, da Itália, e, com contrato até julho do próximo ano, tem os direitos fixados em 3 milhões de euros. O diretor de futebol, Eduardo Maluf, já deixou claro que o Atlético-MG pretende contar com o lateral esquerdo em definitivo. O alvinegro mineiro já garantiu a permanência de veteranos como o zagueiro Leonardo Silva e o volante Pierre, que tiveram contratos renovados, enquanto nomes como Diego Tardelli, Luan, Victor e Réver têm compromissos em vigor. Carlos, Jemerson, Eduardo e Uilson, todos jovens revelados em casa, tiveram contratos renovados até julho de 2018.

Na Toca da Raposa II, também existem pendências a serem solucionadas. O lateral esquerdo Samudio e o centroavante Marcelo Moreno pertencem ao Libertad (PAR) e ao Grêmio, respectivamente, e têm os direitos fixados. A cúpula se movimenta para manter o boliviano no plantel e tenta reduzir o valor exigido pelo Tricolor Gaúcho: 5 milhões de euros. O paraguaio, por outro lado, não deve seguir em Belo Horizonte.

Ainda há jogadores que pertencem ao Cruzeiro e têm contratos até o fim do ano apenas. Henrique já foi procurado pela cúpula, que ofereceu um vínculo de três temporadas, e recebeu um sinal positivo. Borges, por sua vez, não seguirá em Belo Horizonte, já que sofreu queda de rendimento significativa e convive com lesões musculares. Já os principais jogadores, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Fábio, tem contratos em vigor.