Ex-presidente da Lusa mandou ignorar aviso sobre Heverton, diz secretária
“Então guarde e fique quieta”. Foi essa a ordem que a secretária de Manuel da Lupa, ex-presidente da Portuguesa, diz ter recebido do mandatário a respeito de um e-mail enviado pela Federação Paulista de Futebol no dia 3 de dezembro, avisando sobre o julgamento de Heverton pelo Superior Tribunal de Justiça desportiva.
O depoimento de Magda Zumbano foi dado ao promotor público Roberto Senise, que investiga o caso, em janeiro, e é um dos principais indícios que reforçam as suspeitas de que a antiga diretoria da Lusa tenha escalado o meia de forma irregular de propósito, causando o rebaixamento do clube para a Série B em 2013.
Magda conta ter recebido o e-mail no dia 3, avisando que o meia seria julgado três dias depois, no dia 6. A correspondência foi repassada a diretores, incluindo o vice-presidente Roberto dos Santos.
Alguns dias depois, - a secretária não sabe precisar a data – foi questionada pelo então presidente se havia recebido alguma comunicação da FPF (as comunicações da CBF sobre suspensões e julgamentos são feitas através das federações estaduais). Diante da resposta positiva, teria ordenado que guardasse o e-mail e ficasse em silêncio.
No tribunal, Heverton foi suspenso, e acabou sendo escalado de forma irregular na última rodada do Brasileirão. A diretoria da Portuguesa afirmou que o advogado que defendeu o atleta no julgamento, Osvaldo Sestário, não avisou sobre a punição.
A funcionária entendeu dias depois que se tratava da “confusão” envolvendo Heverton. No mesmo dia em que diz ter recebido a ordem, ela também diz que Da Lupa e o então diretor jurídico da Portuguesa, Valdir Rocha, discutiram de forma exaltada a respeito de um atleta.
O e-mail da Federação Paulista foi repassado a pelo menos quatro outros funcionários do clube – inclusive do departamento jurídico. A correspondência eletrônica está comprovada no inquérito civil movido pelo Ministério Público.
O inquérito também comprova que o ex-diretor jurídico do clube, Valdir Rocha, conversou com Sestário antes e depois do julgamento de Heverton – mesmo assim, alegou em depoimento não ter sido avisado do resultado.
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