CBF e seus cartolas estão rindo à toa. Eles têm motivos de sobra para isso
O ano de 2014 começou repleto de indefinições para a CBF. É ano de eleições na entidade que comanda o futebol brasileiro; no Brasileirão, liminares obtidas judicialmente por torcedores forçavam a permanência da Portuguesa na Série A; no Paulistão, a invasão do CT do Corinthians gerou uma ameaça geral de greve entre jogadores.
As últimas duas semanas trouxeram, entretanto, uma verdadeira reviravolta para o presidente da Confederação, José Maria Marin, e seu provável sucessor, o atual presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero. Em uma sequência de vitórias, os cartolas eliminaram adversários, resolveram problemas e em questão de dias reverteram o cenário desfavorável.
As conquistas mostram que, como afirmado pelo zagueiro Paulo André em entrevista ao UOL Esporte, o sistema do futebol brasileiro é realmente difícil de ser mudado. Confira a lista:
1) Liminares derrubadas e Fluminense na Série A
A decisão do STJD que puniu a Portuguesa com a perda de quatro pontos no final do Brasileirão 2013 revoltou torcedores. A permanência do Fluminense na Série A, e o rebaixamento do clube do Canindé voltaram a opinião pública contra a CBF.
Os torcedores foram à Justiça Comum, e obtiveram quatro liminares determinando a revogação da punição. O Ministério Público de São Paulo decidiu investigar o caso, e propôs um acordo pela permanência da Portuguesa na Série A, mas a entidade não recuou.
Na semana passada, veio a virada: advogado da CBF no caso, Carlos Miguel Aidar anunciou ter derrubado todas as liminares. O lançamento da tabela do Brasileirão 2014, com o Fluminense e sem a Portuguesa, confirmou a vitória. A briga, entretanto, deve continuar, com a propositura de uma Ação Civil Publica pelo MP-SP.
2) Pacto entre clubes contra Justiça Comum
As ações movidas no caso Portuguesa incomodaram a entidade que comanda o futebol brasileiro, que se viu forçada a reagir. Na reunião arbitral dos clubes da Série A de 2014, um pacto foi formado: os participantes se comprometeram a não questionar as decisões do STJD na Justiça Comum.
O acordo deve trazer um pouco de tranquilidade em futuros casos polêmicos de punições que possam interferir na classificação das equipes no campeonato nacional. O pacto, segundo fontes da própria CBF, teve adesão unânime.
3) Atletas que disputam o Paulistão desistem de greve
No primeiro dia de fevereiro, torcedores invadiram o CT Joaquim Grava, enfurecidos com o mau desempenho do Corinthians. Funcionários do clube afirmaram terem sido vítimas de violência e roubo. O atacante Guerrero chegou a ser esganado por um dos invasores.
O ataque assustou o elenco corintiano e levou o Sindicato dos Atletas a articular uma tentativa de greve, mas a ideia fracassou diante da pouca adesão das equipes do interior e falta de um posicionamento unânime dos próprios atletas.
Embora fosse um movimento regional, atingiria diretamente Marco Polo Del Nero, presidente da FPF, vice da CBF e candidato ao posto de José Maria Marin nas eleições da entidade nacional, marcadas para abril.
4) Desistência da oposição nas eleições da CBF em 2014
Francisco Noveletto (direita), presidente da Federação Gaúcha e opositor da CBF
Desde que deixou o cargo de diretor de seleções na CBF, Andrés Sanchez passou a articular um grupo de oposição para disputar as eleições da entidade, marcadas para abril deste ano. Conseguiu apoio dos presidentes de federações Rubens Lopes, do Rio de Janeiro, e Francisco Noveletto, do Rio Grande do Sul.
Noveletto foi definido como o candidato da oposição, mas diante do apoio esmagador à situação, a candidatura fracassou. O caminho ficou livre para que José Maria Marin eleja Marco Polo Del Nero como seu sucessor, em um pleito que deve ter chapa única.
5) O adeus de Paulo André
Desde o meio do ano passado, Paulo André foi uma pedra no sapato da CBF. Além de tecer duras críticas à gestão que a entidade faz no futebol brasileiro, foi um dos fundadores do Bom Senso FC, movimento criado para brigar por uma reforma no calendário e na legislação vigentes.
Paulo serviu como o porta voz do movimento que, além de organizar diversos protestos, também chegou a acenar com a possibilidade de greve no final do Brasileirão 2013.
Negociado com a China, o zagueiro deixará o país. Sua saída não deve impedir a continuidade do Bom Senso, mas José Maria Marin certamente deverá comemorar o adeus do jogador que mais o criticou e antagonizou em 2013.
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