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Quem é o croata de 20 anos que parou Richarlison e vai encarar ídolo Messi

Josko Gvardiol, da Croácia, em jogo contra o Brasil pela Copa do Mundo -  REUTERS/Annegret Hilse
Josko Gvardiol, da Croácia, em jogo contra o Brasil pela Copa do Mundo Imagem: REUTERS/Annegret Hilse

Demétrio Vecchioli

Colunista do UOL, em São Paulo (SP)

10/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

A máscara cobrindo a face, necessária depois de uma lesão no nariz em novembro, está impedindo Josko Gvardiol de mostrar sua cara para o mundo no Qatar. Mas o zagueiro croata de apenas 20 anos vem aproveitando muito bem a oportunidade para fazer algo ainda mais importante: mostrar seu futebol.

Apesar da juventude, e da inexperiência, ele é um dos melhores jogadores da Croácia na Copa do Mundo, ajudando a levar a equipe às semifinais, e também um dos melhores — senão o melhor — zagueiro da competição. Em bolas recuperadas, pelo menos, não há ninguém melhor do que ele.

Já foram 35 bolas recuperadas em apenas cinco partidas, além de oito interceptações, o que o torna também o líder dessa estatística, empatado com outros jogadores. Em toda a competição, de acordo com o Sofascore, ele só levou um drible.

No jogo em que a Croácia eliminou o Brasil, ontem (8), o zagueiro travou um combate físico com Richarlison, que não teve espaço para receber com liberdade dentro da área. Na pequena área, também foi ele a travar o chute de Neymar na pequena área e a desviar uma batida perigosa de Vini Jr ainda no primeiro tempo.

Mas sua participação mais crucial foi aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação. No lance, Fred tabela com Pedro e é lançado nas costas do zagueiro, que ganha na corrida, dá um carrinho certeiro, e desarma o brasileiro a um passo da grande área. É a partir dessa recuperação que a Croácia chega ao gol de empate.

Agora, na semi, ele vai enfrentar seu ídolo. "Lionel Messi é daquele tipo de jogador que nasce a cada 50 anos", disse ao site Goal, ao explicar porque tem no argentino seu maior ídolo no futebol.

Na mira dos grandes

Gvardiol é, por enquanto, jogador do RB Leipzig, a filial alemã do grupo Red Bull. Mas isso não deve durar muito tempo. Se já era alvo de diversos grandes clubes europeus antes da Copa começar, o assédio tende a aumentar depois do Mundial, transformando o zagueiro em um dos grandes alvos da próxima janela de transferências.

Mas o sucesso do zagueiro de 1,85m, porém, não é surpresa para os olheiros europeus. Formado nas categorias de base do Dínamo Zagreb, principal clube croata, ele já despertava, desde a juventude, a atenção de grandes europeus, especialmente depois de ajudar a equipe a chegar à semifinal da versão juvenil da Liga dos Campeões, em 2019.

Naquela época, ele já era zagueiro das seleções sub-19 e sub-21 da Croácia, e não demorou para Gvardiol subir para o time principal do Dínamo. Um mês depois, já estava vendido para o Leipzig, por 10 milhões de euros, e com o compromisso de se apresentar no fim da temporada. A transferência foi a maior de um jogador juvenil croata em todos os tempos.

Na Alemanha, a primeira temporada já foi avassaladora, a ponto de Gvardiol ser indicado para o "Troféu Kopa", dado pela revista France Football para o melhor jogador sub-21 da temporada. O croata terminou em sexto, atrás de Gavi (Barcelona), Camavigna (Real Madrid), Musiala (Bayern), Bellingham (Borussia) e Nuno Mendes (PSG).

Chelsea ou Real?

Na última janela de transferências, Gvardiol já tinha seu nome ligado ao Chelsea. De acordo com o jornalista Fabrizio Romano, italiano especializado em mercado da bola, o clube inglês estaria disposto a pagar 90 milhões de euros pelo croata, o que faria dele o zagueiro mais caro da história.

A negociação não saiu, mas o interesse do Chelsea continuou a ser noticiado, com o croata chegando a Londres para substituir Thiago Silva, que já tem 38 anos e está na reta final da carreira. "Meu agente está cuidando do meu futuro. Eu estou feliz em Leipzig agora. É bom ver as ligações, especialmente por causa do Kovacic. Então? nunca se sabe!", disse Gvardiol, já durante a Copa. "O Chelsea é um grande clube, talvez um dia eu esteja lá".

Mas Gvardiol, depois, também falou do Real Madrid, com a imprensa espanhola especulando sua ida ao clube merengue. "O Real Madrid é o maior clube do mundo, então quem sabe...Talvez um dia eu possa jogar lá. Eu gostaria, sim", afirmou, depois do jogo contra a Bélgica.

E essa máscara?

Gvardiol joga mascarado depois de uma lesão sofrida no dia 9 de novembro, em uma partida da Bundesliga contra o Freiburg. Ele teve um choque de cabeça com o seu companheiro de zaga, o húngaro Willi Orban, e saiu de campo direto para o hospital.

Era a última rodada do Campeonato Alemão antes da pausa para a Copa do Mundo e o diagnóstico foi de nariz quebrado. Já precisando se apresentar para a seleção croata, ele chegou a ter seu corte especulado pela imprensa local, mas conseguiu se garantir no Mundial com uma máscara de proteção.

É a mesma tecnologia, brasileira, que ficou conhecida mundialmente ao ser utilizada por outro rival do Brasil: o atacante Son Heung-min, da Coreia do Sul.

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