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Copa engole Natal na 25 de Março; comerciantes buscam camisas da seleção

Rua 25 de Março está tomada por Copa do Mundo - Talyta Vespa/UOL
Rua 25 de Março está tomada por Copa do Mundo Imagem: Talyta Vespa/UOL

Do UOL, em São Paulo

21/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

O comércio popular em São Paulo está verde e amarelo. Bandeirolas, camisas da seleção brasileira, vuvuzelas, cornetas, perucas e mil e outros produtos coloridos com as cores do país ultrapassaram as cores típicas desta época do ano na Rua 25 de Março: o vermelho.

E não tem a ver com política. A real é que a Copa do Mundo engoliu o Natal no comércio popular paulistano, que costuma ficar lotado de produtos natalinos em novembro. Até tem Papai Noel, decorações e árvore de Natal, mas nem se compara com a quantidade de produtos com temática de Copa.

O UOL conversou com comerciantes que optaram por focar totalmente no Mundial desde o fim de outubro, mas eles contam que as vendas começaram a se intensificar de fato nesta semana. O produto mais buscado, segundo Ana, 30, dona de uma barraca na Rua 25 de Março, é a camisa da seleção. "E a do Neymar, não tem jeito".

Na última semana de outubro, a confusão ainda se misturava ao Halloween. Ao UOL, à época, a vendedora Kátia fez uma previsão —e acertou: "A eleição 'comeu' a Copa. E a Copa vai 'comer' o Natal. A cabeça do brasileiro está toda virada", disse a vendedora. É a primeira vez que o Mundial ocorre em dezembro na história do campeonato.

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Imagem: Henrique Santiago/UOL

Produtos variados

Além de réplicas da taça do hexa, que chegam a custar R$ 45, um dos produtos mais vendidos é a garrafinha de água de taça. O valor varia entre R$ 13 e R$ 18 nas lojas, e tem feito a cabeça dos torcedores. Os clássicos produtos que nunca saem de moda continuam em alta na 25 de Março: tiarinhas (em média R$ 5), perucas (entre R$ 18 e R$ 30), cornetas simples (R$ 10) e elaboradas (R$ 36) compõem a gama de produtos da Copa.

Todos esses produtos, no entanto, são vendidos em sua maioria em lojas físicas. Nas barraquinhas, o foco são as camisas. Em pelo menos quatro quarteirões da rua 25 de Março, o vendedor de quinquilharias Vinícius Neres era o único camelô responsável por vender produtos além de camisas da seleção.

Ele montou uma pequena barraca na rua com o troféu da Copa do Mundo — já com a sexta estrela do hexa da seleção — (R$ 50), figurinhas do álbum da Copa (R$ 4 o pacotinho), porta-figurinha de lata (R$ 20) e cornetas (R$ 40 a básica e R$ 60 a mais potente).

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Imagem: Talyta Vespa/UOL

Vendas demoraram a vingar

Os comerciantes da rua 25 de Março reclamaram que a politização das cores da seleção brasileira atrasou o boom nas vendas. O que já era para ter ficado bom no começo deste mês esperou até dois dias antes do início da Copa para vingar. "O Bolsonaro usa as cores verde e amarela e isso deu uma caída nas vendas [das peças] porque quem votou no Lula não quer comprar a camisa amarela. Não tem nada a ver política com Copa. Política é uma coisa, Copa é outra", diz a vendedora Vilma.

A Ápice Brasil (Associação pela Indústria e Comércio Esportivo) afirma que trabalha em cooperação com diversas autoridades, como a Prefeitura de São Paulo, as polícias Civil, Federal e Rodoviária e o Ministério Público para identificar a origem de fabricação dos produtos pirateados ou falsificados e apreendê-los.

A reportagem questionou a prefeitura sobre as ações feitas para apreensão de mercadorias irregulares na região, mas não teve um retorno até a publicação desta matéria.

O Brasil estreia na Copa na quinta-feira (24), às 16h, contra a Sérvia. A seleção foi a última a chegar no Qatar, já na madrugada de domingo (20), e foi recepcionada por cerca de 500 torcedores em frente ao hotel.