Rodrigo Mattos

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Clubes da Libra e Liga Forte poderão recomprar direitos de investidores

Os clubes que venderem parte de seus direitos de TV do Brasileiro para investidores da Libra ou Liga Forte Futebol poderão posteriormente fazer a recompra de sua fatia. Esse tipo de negociação está prevista em ambos os blocos de agremiações.

A Libra é o grupo de clubes que reúne Flamengo, Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras, Grêmio, Atlético-MG e Bahia, entre outros. O grupo tem uma negociação com o fundo Mubadala para vender 12,5% dos seus direitos de TV por 50 anos. Mas boa parte desses clubes, como Flamengo, decidiu não vender sua fatia.

A Liga Forte Futebol é grupo de clubes que tem Fluminense, Internacional, Fortaleza e Athletico, além de aliados Vasco, Botafogo, Cruzeiro e Coritiba. O grupo fechou um acordo com um fundo que tem a corretora LCP e outros investidores. A proposta aceita prevê venda de 20% dos direitos de TV do Brasileiro por 50 anos.

Os clubes da Libra reivindicaram que houvesse a possibilidade de recompra de seus direitos no futuro no pré-acordo negociado com o Mubadala. Isso está praticamente alinhado entre o grupo da Libra e o Mubadala, embora ainda não tenham sido fechado os temos da recompra.

Na prática, no futuro, um clube poderá pagar para reaver os direitos completos de TV por meio de condições específicas. Dentro da Libra, já há a possibilidade de não vender o direito, o que foi reivindicado pelo Flamengo. Outros clubes devem adotar o mesmo.

Na Liga Forte Futebol, também há a possibilidade de recompra. Isso está explícito no fundo criado pela XP para receber investimentos para a compra de direitos de TV dos clubes. É um aviso para os potenciais investidores que isso pode afetar suas aplicações.

"Adicionalmente, nos termos dos documentos do investimento da Sociedade Alvo nos Direitos, os clubes participantes terão a opção de se retirar do Condomínio, mediante notificação aos demais condôminos e recompra dos Direitos cedidos à Sociedade Alvo, extinguindo a copropriedade sobre eles. As regras para exercício de tal direito de retirada ainda estão sob negociação e poderão sofrer modificações materiais até a celebração da convenção de condomínio definitiva", diz o documento.

Mas essa recompra só é possível com uma condição específica: o valor dos direitos de TV de 2025 negociado em bloco ter uma redução em relação ao que ganham atualmente os clubes, considerando a inflação. Isso foi uma reivindicação das agremiações para um cenário de queda de recursos.

Há ainda a possibilidade de o investidor colocar mais dinheiro para completar o valor e, assim, evitar a recompra. Esse cenário - de redução dos valores dos direitos - é visto como improvável pelos investidores.

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O valor da recompra, no caso da LFF, teria de ser igual ao recebido pelos clubes com juros.

Há uma diferença no uso do dinheiro de investimento da LFF e da Libra. Na Libra, há regras sobre onde os recursos podem ser aplicados, com prioridade para pagamento de dívidas e investimento em infraestrutura. Já, na LFF, os clubes podem gastar como quiserem o dinheiro.

Reportagem

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