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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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CBF vê erro em expulsão de Kanu, do Bahia, e simulação de Gabigol

Gabriel Barbosa, do Flamengo, comemora seu gol em partida contra o Bahia - CELO GIL/ESTADÃO CONTEÚDO
Gabriel Barbosa, do Flamengo, comemora seu gol em partida contra o Bahia Imagem: CELO GIL/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

16/05/2023 13h12

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A comissão de arbitragem da CBF considerou como que houve erro na expulsão do zagueiro do Bahia Kanu, em lance de disputa com Gabigol no jogo com o Flamengo. Para a comissão de arbitragem da entidade, o atacante do Flamengo simulou um golpe maior do que foi ao receber um choque de braço.

A CBF decidiu fazer um vídeo com o presidente da comissão de arbitragem, Wilson Seneme, sobre a atuação da arbitragem no final de semana. Esse vídeo, com as jogadas polêmicas, foi divulgado nesta terça-feira pela primeira vez, o que ocorrerá em outras rodadas.

A iniciativa da CBF tem como objetivo aumentar a transparência das decisões da arbitragem. Além disso, explicar didaticamente para os torcedores porque foram tomadas determinadas decisões. Quando houver erros do árbitro, Seneme vai apontá-los nos vídeos.

A comissão de arbitragem entende que houve erro no caso da expulsão do jogador Kanu, do Bahia, em lance com Gabigol. No entendimento de Seneme, o árbitro Paulo César Zanovelli não deveria ter dado o segundo cartão para o jogador do time baiano e deveria ter advertido Gabigol por simulação.

"Na nossa análise em detalhes, o braço que ele joga não tem força suficiente para lesionar. Na nossa visão, foi um excesso, um exagero. O jogador Gabigol, quando joga a mão na cara, isso é uma simulação", diz Seneme.

No caso dos lances do clássico entre Corinthians e São Paulo, o árbitro Bruno Arleu Araújo apitou a falta de Calleri sobre Fagner antes de o centroavante fazer o gol no rebote. "Reway, apitei na hora que houve o rebote", diz ele no áudio do VAR.

"Na nossa visão, o árbitro de campo acertou em marcar infração. Ele errou no procedimento. Por que se não fosse infração, ele deveria ter atrasado o uso do apito esperando que a bola entrasse no gol", diz Seneme, em vídeo da CBF.

"O jogador do Corinthians salta antes e tem a preferência pela bola. A bola vem mais na direção dele do que do Calleri. O Calleri só alcança a bola porque desloca o jogador para frente Corinthians. Na nossa visão, se caracteriza uma infração", completou Seneme.

O pênalti cometido por Rafinha em Wesley foi compreendido como correto. A explicação é que o jogador são-paulino desloca com o braço o atacante corintiano. "Quando uso o braço estendido com força sobre o adversário, faz ele cair. E é uma infração", explica Seneme

A comissão de arbitragem também considerou correta a decisão sobre a disputa de Endrick com o goleiro Cleiton, no Palmeiras e Red Bull Bragantino. No lance, os palmeirenses reclamam de pênalti no atacante. Mas a visão de Seneme é de que, antes, Endrick comete falta no jogador do Red Bull.

Na hora do lance, o VAR se confunde e diz: "Foi mão de ataque. Segue decisão de campo.". Depois, corrige para falta do atacante.

"A Comunicação não foi legal. O árbitro que estava distante, achou que a mão do atacante que tocou a bola, mas é a do goleiro. Então, você vai falar Seneme então foi pênalti? Porque o goleiro agarra o atacante. Mas o atacante joga o corpo. O goleiro tem uma proteção de não ser tocado nesse momento. (?) Antes do pênalti, tenho uma infração", diz Seneme.

Houve ainda análise de três lances do jogo entre Vasco x Santos. Para Seneme, o árbitro Rodrigo José de Lima acertou ao não marcar pênalti nos três lances pedidos pelos vascaínos. O presidente da comissão de arbitragem, no entanto, admite que o último lance de disputa em que Pedro Raul cai na área é interpretativo.

Seneme explicou que nas duas vezes que a bola pegou em braço de defensores do Santos não houve pênalti. Em um caso, a bola bateu após cabeçada de outro santista, o que é classificado como "fogo amigo". Na segunda, a bola na mão ocorre em disputa de bola entre um vascaíno e santista.

Sobre o lance de Pedro Raul, Seneme explica porque não entende ser pênalti. "Pela força empregada e pelo movimento do braço. Na verdade, é uma jogada fina. Não é minha intenção convencer todo mundo em uma jogada tão interpretativa de que não existe falta. É possível ver falta, sim", completou.