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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Proposta de aumentar mandato de Landim ferve caldeirão no Flamengo

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo - Rafael Ribeiro/CBF
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Colunista do UOL

22/03/2023 14h47

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Um movimento de aliados do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, pretende aumentar o mandato do dirigente em um ano. O mandatário não disse nem que sim, nem que não. Mas, no clube, houve forte forte reação negativa em correntes de oposição e situação. O tema transformou o Flamengo em um caldeirão.

Pelo estatuto do Flamengo, o presidente é eleito para um mandato de três anos com possibilidade de reeleição. Landim está no seu segundo período que vai até o final de 2024.

O jornal "O Globo" publicou que havia um movimento de aliados para sugerir uma alteração no Estatuto para estender seu mandato por mais um ano, transformando em quatro anos. A informação foi confirmada pelo próprio Landim ao colunista Mauro Cezar Pereira, do UOL. Ele não se posicionou nem a favor nem contra.

O blog apurou que não há nada proposta protocolada na secretaria para a alteração do estatuto ainda. Mas a reação foi imediata mesmo em aliados de Landim, não foi positiva a reação. Dois nomes que não consideraram a ideia foram Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Conselho de Administração, e Rodrigo Dunshee, vice-presidente do clube.

No twitter, Bap afirmou ser contra "mudanças de regras durante o exercício de qualquer mandato". E ainda se posicionou contra a reeleição. Defendeu o mandato de quatro anos, mas obviamente, não para esta gestão.

Internamente, Bap não vê força política de nenhum grupo para fazer esse tipo de modificação. Entende que não há clima.

Já Dunshee classificou o movimento de especulação ao "Globo". Sua posição é de que trata-se de um iniciativa da oposição para desestabilizar o clube. Indicou não acreditar na veracidade da proposta.

Tanto Bap quanto Dunshee são potenciais candidatos da situação a presidente na próxima eleição.

Na oposição, houve resistência clara. O ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, classificou a proposta como uma imoralidade. "Acho um absurdo. Não faz o menor sentido. Ele foi eleito para um mandato de três anos. Além de ser imoral, é ilegal. Duvido que subsista na Justiça", disse ele.

O dirigente ressaltou que não se pode modificar no Conselho Deliberativo algo que foi aprovado pela assembleia geral do clube que foi a eleição de Landim por três anos. Seu entendimento é de que, se Landim deu uma declaração sobre o assunto, há um movimento pela mudança do estatuto. "Tentaram, sinal de que está sendo conversando. Seria uma vergonha."

O dirigente ainda criticou à proposta de emenda ao estatuto que visa tornar inelegível quem tiver cargo sensível politicamente. Como deputado, ele não poderia se candidatar de novo. Bandeira ressaltou que não quer voltar a ser presidente.

"Seria um casuísmo. Não ia me atingir porque não tenho a intenção de ser candidato. Sou deputado não tenho como dar a mesma dedicação", completou.

Outro que se posicionou contra as mudanças de regras foi Wallim Vasconcelos, figura influente na situação, onde ocupou cargos diversos. No twitter, ele afirmou: "A proposta de um terceiro mandato ou de uma extensão de mais um ano (proposta ainda não protocolada) do mandato atual do presidente Landim não tem o menor cabimento. Qualquer mudança tem que ser amplamente debatida e, se aprovada, aplicada no mandato do próximo presidente."