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Na 2ª prateleira, Abel reduz chance na seleção com descontrole na Supercopa
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O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, gerou um debate público pelas reações coléricas ao lado do campo no triunfo sobre o Flamengo na Supercopa. Protagonizou chutes, gritos e críticas fortes à arbitragem. Esse comportamento reduz ainda mais as chances de o treinador, que já não está entre as primeiras opções, ser escolhido para a seleção brasileira por não se encaixar nas características preferidas pela CBF.
A final da Supercopa é um evento relevante para a CBF, que o criou como uma festa para a abertura da temporada. O presidente da confederação, Ednaldo Rodrigues, foi até o campo antes do jogo para homenagem a Pelé, assistiu à partida da tribuna do Mané Garrincha e deu entrevista sobre a escolha do treinador.
Em sua fala, Rodrigues afirmou sobre o técnico: "Queremos alguém focado nas categorias de base também, temos que ter essa ligação. Temos que ter uma relação aberta com todos, jornalistas, povo, ouvir seus ídolos."
A primeira prateleira de opções do dirigente tem nomes como Carlo Ancelotti, Luiz Henrique, Mourinho e Zidane. Sua preferência é por um nome de destaque no velho continente.
Se não for possível, a CBF vai, sim, se voltar para o mercado nacional e Abel Ferreira estaria bem posicionado pelos seus méritos como treinador. Provavelmente seria o líder desta segunda gama de opções. A questão é que seu comportamento já era um ponto negativo que contava contra ele na corrida pelo cargo.
Foi observado na CBF que o treinador palmeirense começou a reclamar da Supercopa e imprensa antes mesmo do jogo. Durante a semana, criticou o fato de a partida ter sido mudada de domingo para sábado, remarcação que, na realidade, ocorreu poucas horas de diferente. Antes do jogo, criticou a transmissão e local apontando suposto favorecimento ao Flamengo.
"Espero que as câmeras da transmissão não estejam viradas só para aquele lado, o vermelho, porque o lado verde está deste lado. Já chega vir jogar na segunda casa do adversário", disse o treinador. A fala pega bem ao público palmeirense, mas tem críticas à CBF e uma postura hostil com a imprensa.
Durante o jogo, Abel foi protagonista de reclamações irritadas contra o trio de arbitragem. Ficou na frente de Arrascaeta como medida de antijogo para impedi-lo de chegar em uma bola. E, no final, acabou expulso por chutar um microfone da transmissão.
Todas as cenas foram vistas pelos dirigentes da CBF. O temor é que como ele iria se comportar em um jogo de Copa do Mundo se fosse o técnico da seleção.
Depois da partida, com o triunfo palmeirense, o nível beligerância continuou com uma nota do Palmeiras de repúdio a "ataques irresponsáveis direcionados ao técnico Abel Ferreira por alguns jornalistas". Ou seja, aumentou o nível de confronto com a imprensa.
A CBF entende que técnico da seleção, além das qualidades táticas e de liderança, tem que ser uma espécie de cara da seleção, de relações públicas. Assim, é importante manter um comportamento de boa convivência com os atores do futebol brasileiro.
As informações na confederação são de que o comportamento de Abel com grupos de jogadores não é igual ao lado do campo. Trata-se de um técnico de bom trato que é querido no meio onde trabalha. No entanto, sua face pública não é essa. A postura agrada à torcida do Palmeiras, mas o afasta da seleção.
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