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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Proposta bilionária de fundo à Liga prevê assumir venda de TV do Brasileiro

Palmeiras vence de virada e levanta taça do Brasileirão - Reprodução / Instagram @palmeiras
Palmeiras vence de virada e levanta taça do Brasileirão Imagem: Reprodução / Instagram @palmeiras

09/01/2023 04h00

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A proposta bilionária do fundo Mubadala para a Libra (Liga do Futebol Brasileiro) por direitos do Brasileiro prevê assumir as negociações de televisão do campeonato. Esse ponto já foi acertado nas conversas entre clubes, Libra, BTG e o fundo. Pelo modelo traçado, as agremiações continuariam a ter poder de dar aval ao processo que seria conduzido por empresa do Mubadala.

A Libra é composta por 17 times, sendo 10 do Brasileiro da Série A. Entre eles, estão Flamengo, Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras, Vasco, Botafogo, Grêmio e Cruzeiro.

Esse grupo de clubes aprovou uma negociação exclusiva com o Mubadala após receber proposta de R$ 4,8 bilhões por 20% dos direitos de TV e marketing do Nacional das primeiras e segunda divisão. O valor está condicionado a adesão de todos os times das duas séries - há agremiações que não fazem parte da negociação.

Enquanto isso, a Libra e o fundo trabalham no formato do negócio. Pela estrutura já traçada, será criada uma empresa para gerir os direitos de TV e marketing do Brasileiro. Essa empresa, que será uma sociedade anônima, seria controlada pelo Mubadala.

Os clubes fariam parte de uma associação que cederia os direitos para a empresa e receberiam 80% das receitas da futura Liga. O restante, 20%, ficaria com o próprio Mubadala. Na condução do processo de venda, os clubes teriam palavra final sobre a venda por meio da associação.

O Mubadala é o fundo soberano do governo de Abu Dhabi. É responsável pela gestão de US$ 284 bilhões no mundo e tem uma subsidiária no Brasil, que toca a negociação com a Libra.

As regras esportivas da Liga serão determinadas pela associação formada pelos clubes. Mas as agremiações também estariam obrigadas a cumprir uma série de medidas - como se enquadrarem em um Fair Play financeiro - para receber o investimento do Mubadala.

Toda essa estrutura de governança está sendo traçada em reuniões entre as partes. Há a ideia de que os contratos estejam prontos até fevereiro para assinatura. Até porque o Mubadala fez um estudo grande financeiro antes de fazer a proposta da Libra, portanto, há menor chance de mexer nos percentuais e valores já acordados.

Em paralelo das negociações com o fundo, a Libra vai intensificar as conversas em separado com os outros clubes das Séries A e B para buscar mais adesões. A ideia é tentar atrair a maior parte dos times até fevereiro para o projeto - o 1o semestre de 2023 é considerado como período para tentar fechar o projeto de liga.

A Liga Forte Futebol - que reúne 26 clubes, sendo nove da Série A - acenou com outra proposta do fundo Serengete com valores próximos ao Mubadala. É um fundo americano de menor porte em relação ao árabe e costuma investir em empresas com avaliação até US$ 1 bilhão.

As divergências entre os dois grupos, atualmente, ocorrem pela divisão de dinheiro do investimento a ser feito pelo fundo. A Libra e a Liga Forte Futebol têm modelos diferente de divisão para esse montante.

Se não houver um acordo entre as partes, o fundo Mubadala vai estudar reestruturar sua proposta para incluir só os direitos do clube da Libra. Neste caso, não seria uma compra de fatia de liga, mas de direitos. Já o Liga Forte Futebol pode tentar o mesmo com proposta de investimento para seu grupo de clubes.