Topo

Rodrigo Mattos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mattos: Deboche de Douglas Costa é um símbolo do rebaixamento do Grêmio

Douglas Costa, atacante do Grêmio, dá tchau para torcedores após gol contra o Atlético-MG - Reprodução
Douglas Costa, atacante do Grêmio, dá tchau para torcedores após gol contra o Atlético-MG Imagem: Reprodução

10/12/2021 00h38

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Era segundo tempo da derradeira rodada do Brasileiro, o Grêmio vencia por 3x2 o Galo e torcia por viradas nos jogos de Juventude e Bahia. Após receber belo passe de Ferreirinha, Douglas Costa dominou bola difícil e fez o quarto gol. Coroava uma boa atuação neste jogo doído. Na sequência, resolveu, em tom de deboche, mandar um beijo e dar um tchau para torcida gremista.

Douglas foi a maior contratação do time gaúcho na temporada, reforço internacional, ex-jogador de seleção, salário alto. Jogou pouco afetado por contusões. Quando atuou, mostrou alguns brilhos esparsos.

Na semana da decisão do rebaixamento, tinha a intenção de se casar no Copacabana Palace. Boa parte da semana gremista foi discutindo se o seu jogador mais caro deveria ou não fazer uma festa.

Um retrato de um clube sem foco no futebol, no campo, sempre preso a discussões aleatórias. A saída de Renato Gaúcho, no início do ano, deixou o futebol gremista sem Norte. Ressalte-se que, com Renato, a coisa não funcionava. A partir daí, não havia muito plano.

Vieram Thiago Nunes, o sebastianismo de Felipão e a emergência de Vagner Mancini. Nenhum tirou o Grêmio da zona de rebaixamento, frequentada praticamente o Brasileiro inteiro.

O clube de menor dívida entre os grandes do Brasil, de receita alta, de elenco robusto, não fazia ideia de como gerir seu principal departamento: o futebol.

Como havia uma fartura de jogadores, houve uns suspiros, umas atuações ali que pareciam reviver. Enfrentou o Galo campeão de igual para igual, lembremos. Atropelou um São Paulo meio mole. Mas não havia ali consistência.

Na rodada final, a torcida até acreditou ao lotar a arena. O Grêmio foi avassalador ao fazer 3x0 de início, mostrando ali a capacidade de seu elenco. Douglas Costa jogava muito, Diego Souza resolvia.

Aí saiu um gol do Bahia (que caiu junto com o Grêmio), a torcida murchou, o time foi junto. Tanto que o Galo reagiu e quase empatou. Uma equipe com algumas qualidades e sem nenhuma convicção, e muito desespero.

Parecia que a cena da invasão da torcida para quebrar o VAR, na partida diante do Palmeiras, seria a imagem final do fracasso gremista. Douglas Costa e seu tchauzinho se encarregaram de dar um ponto final no ano fatídico da agremiação gaúcha.