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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Federações fecham posição por saída de Caboclo e dão aval a novo presidente

25/08/2021 15h14

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Com Igor Siqueira

Uma articulação política tornou improvável a volta de Rogério Caboclo à CBF mesmo com punição branda que ele recebeu na Comissão de Ética. Hoje (25),os presidentes das 27 federações estaduais assinaram um documento pedindo que Caboclo renuncie ao cargo. Ao mesmo tempo, houve aval dentro da confederação ao presidente temporário Ednaldo Rodrigues.

Na terça-feira, Caboclo foi punido com 15 meses por conduta inapropriada, afastada a possibilidade de assédio sexual. Sendo assim, poderia voltar ao poder, enquanto o vice mais da entidade mais idoso, o Coronel Nunes, ficaria no poder. Isso gerou revolta nas federações.

Pela manhã desta quarta, houve uma reunião entre os oito vices-presidentes da CBF. Foi escolhido um nome de consenso para assumir: Ednaldo Rodrigues, por ter o perfil apaziguador. Todos os outros sete vices assinaram cartas abrindo mão do cargo, inclusive Nunes, o então presidente interino.

Pelo caminho jurídico, entende-se que o estatuto é omisso sobre a vacância temporária do presidente. Não se aplicaria o artigo 61 que fala em ausência, licença ou impedimento, que permitiria a Caboclo indicar o substituto. E também não valeria o artigo 62 que prevê o vice mais velho e eleições porque o afastamento não era definitivo.

Havia forte rejeição a Nunes que é visto como muito próximo do ex-presidente Marco Polo Del Nero. Assim, os sete vices da CBF, inclusive Nunes, abriram mão do cargo em favor de Ednaldo. Ele é visto como um nome apaziguador, e que não gera divisão.

Em seguida, a questão foi levada para ter o aval dos presidentes de federações que representam a Assembléia Geral. Havia 23 dirigentes de entidades estaduais presentes. Foi articulado um documento apoiando a saída de Caboclo. Segundo presentes, houve apoio de todas as federações.

Não é certo que a carta, que pede a renúncia de Caboclo, será divulgada por uma questão jurídica. Mas houve consenso pela sua saída. Ou seja, a não ser que ocorra uma grande reviravolta entre as federações, não teria chance na Assembleia Geral de ser absolvido.

No encontro, as federações também manifestaram apoio ao novo presidente temporário Ednaldo Rodrigues. Ele é ex-presidente da Federação da Bahia de Futebol e, portanto, é visto como um membro do grupo.