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Rodrigo Mattos

Regra de Covid da Fifa limita convocações de países e repete falha da CBF

02/10/2020 04h00

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O protocolo da Fifa para prevenção de Covid para as eliminatórias pode limitar convocação de jogadores de certos países, recomenda o aumento do número de convocados e repete uma falha cometida pela CBF. O documento foi liberado nesta quinta-feira após negociações com clubes, federações nacionais e representantes de jogadores.

O início das eliminatórias sul-americanas vai ocorrer em 9 de outubro para a seleção brasileira, em partida diante da Bolívia. Na sequência, há uma partida contra o Peru.

Clubes europeus fizeram pressão sobre a Fifa porque não queria ter prejuízo pela perda de jogadores por diversas rodadas por eventuais quarentenas ou porque eles voltassem infectados. Por isso, a entidade negociou com os países que têm jogadores que seriam chamados para relaxar restrições a delegações de jogadores.

Em circular enviada às federações nacionais, a Fifa informou que os clubes não são obrigados a liberar os jogadores: 1) Quando o país onde o jogador atuar tiver uma quarentena de isolamento obrigatória de cinco dias na chegada 2) quando o país onde for o jogo tiver o isolamento imposto de cinco dias 3) quando houver restrição de viagem em um dos dois locais.

Internamente, a Fifa acredita que haverá poucos países que vão representar problemas porque negociou relaxamento nas regras com os países. Não está claro quais seriam esses países com restrição, mas, a princípio, não se incluem os que têm as principais ligas europeias.

Em seu protocolo, a Fifa ainda recomenda que as seleções convoquem mais jogadores para servirem de reservas para caso de haver problemas com os outros convocados. Pelo menos para essa primeira lista, a CBF já tinha fechado uma convocação de 23 atletas e não vai mudar. Ou seja, isso poderia ser usado no próximo ano.

Sobre a realização de testes de coronavírus para evitar identificar infectados, o protocolo da Fifa tem o mesmo problema verificado nos procedimentos da CBF no início do Brasileiro. Há dois testes previstos para jogadores: um seria quando faltam 14 dias para o jogo (recomendado, porém não obrigatório) e outro ocorre a 72 horas da partida. O resultado deste segundo exame tem que sair duas horas antes da ida para o estádio para o treino pre-jogo ou no dia da partida, isto é, já no país onde será o duelo.

Ora, a CBF começou o Brasileiro realizando testes no laboratório do Einstein cujos resultados só saiam depois da viagem dos times visitantes. Foi o que resultou na confusão do jogo entre Goiás x São Paulo que foi cancelado pouco antes da sua realização. O mesmo ocorreu em uma partida do Ipiranga que só descobriu que tinha um surto no time quando já tinha chegado para um confronto depois de longa viagem de ônibus.

Nesta situação, a Fifa recomenda que o jogador ou membro da delegação que testar positivo seja isolado e respeite a quarentena no país onde será o jogo. Só que o atleta positivo já terá viajado em aviões com colegas. Foi desta forma que a delegação do Flamengo teve um surto com cerca de 40 infectados em uma viagem no Equador pela Libertadores.