Texto do veto à venda de mando de campo gera desconforto entre times e CBF
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O Conselho Técnico dos clubes aprovou o veto à venda de mando de campos no Brasileiro-2020 da Série A. A redação do artigo, no entanto, gerou um debate entre times e a confederação sobre se refletia exatamente a decisão dos times. Ao final, os dirigentes aceitaram o formato dado pela confederação ao texto.
Na quinta-feira, dia 27 de fevereiro, a maioria dos clubes aprovou o veto total à venda de mando de campo. A proposta foi feita pela própria CBF. Naquela ocasião, a reportagem ouviu de dirigentes da confederação e de alguns clubes de que haveria ressalva para alguns casos desde que não configurasse inversão de mando de campo. Não estava definida ainda como seria a redação.
No dia 3 de março, foi publicado o regulamento. O texto prevê exceção desde que respeitadas as condições do parágrafo único do artigo 22 que visa evitar inversão de campo. Aqui a redação do texto:
"O clube que queira deslocar partidas para outras praças deverá, com 30 (trinta) dias de antecedência, demonstrar que, de maneira nenhuma, esta prática representa: (i) prejuízo ao equilíbrio técnico da competição; (ii) prevalência do interesse econômico particular do clube, em detrimento dos aspectos técnicos da competição; (iii) prejuízo da presença dos torcedores do clube mandante no estádio escolhido; (iv) privilégio de qualquer natureza em favor do clube adversário, como inversão ou comercialização do mando de campo; entre outros aspectos a serem avaliados pela DCO."
Antes disso, no sábado, dia 29 de fevereiro, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, se encontrara como governador de Brasília, Ibaneis Rocha, que foi discutir a situação do estádio de Brasília após a decisão. Uma nota oficial do governo do DF afirma que seu objetivo foi que os "critérios fossem melhor esclarecidos para não prejudicar aqueles que apoiam o bom futebol e que buscam a valorização das arenas construídas quando da realização da Copa do Mundo no Brasil."
Esse encontro e a redação do texto geraram discussão entre os clubes. Pelo menos três dirigentes ouvidos pelo blog se mostraram incomodados com o tema. O primeiro questionamento era o temor de que um político pudesse interferir na regra. A CBF nega de forma peremptória que isso tenha acontecido.
Outro questionamento de um dirigente de clube foi que a votação previa um veto total da venda sem exceções. Mas essa posição não é um consenso. Por que outro cartola ouvido pelo blog entendeu que, sim, os clubes poderiam mudar o local do seu mando desde que fosse para um local com sua torcida majoritária, sem caracterizar a inversão.
A CBF sustenta que, durante a reunião, Caboclo deixou claro que a regra seria escrita com exceção. "O que estava aprovado era o veto à venda do mando de campo com ressalva. Não houve nenhuma modificação no que foi aprovado", afirmou o diretor de competições da CBF, Manoel Flores.
Discussões entre dirigentes da CBF e de clubes se estenderam pela quinta-feira, mas, a princípio, não haverá um questionamento à redação final ao texto do regulamento. Essa redação será mantida.
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