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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo reserva escancara decadência do Atlético-MG

Nacho, do Atlético-MG, se lamenta durante jogo contra Flamengo pelo Campeonato Brasileiro - ANDRÉ FABIANO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Nacho, do Atlético-MG, se lamenta durante jogo contra Flamengo pelo Campeonato Brasileiro Imagem: ANDRÉ FABIANO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

16/10/2022 08h34

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O que houve com o Atlético-MG, campeão brasileiro e da Copa do Brasil do ano passado e semifinalista da Libertadores? Nenhuma outra equipe, nem o mágico Flamengo de Jorge Jesus, chegou tão perto da Tríplice Coroa Real no nosso futebol. Como um elenco tão dominante, reforçado na atual temporada, caiu tanto de produção? Em sétimo lugar na tabela, corre sério risco de nem sequer conquistar uma vaga na Libertadores em 2023, ano da inauguração de sua arena.

A derrota para os reservas do Flamengo, no Maracanã, foi emblemática. O Atlético de Cuca joga menos que o de Turco Mohamed, que foi incapaz de reproduzir o futebol avassalador de 2021. O problema será apenas o trabalho dos treinadores? Custo a crer. A impressão que fica é que há algo mais grave nos bastidores do Galo Mineiro, turbinado no ano passado pelos quatro "erres", mecenas do clube, e que vê agora a SAF como única solução para sua caótica situação financeira.

Do lado rubro-negro, a vitória pode ser creditada a um desempenho quase perfeito de seu sistema defensivo e à boa atuação de Éverton Cebolinha, autor do gol decisivo, que vem melhorando aos poucos o seu rendimento - ainda longe do que foi capaz com a camisa do Grêmio e da seleção brasileira.

Santos (que realizou pelo menos três grandes defesas), Varela (muito bem, defensivamente), Fabrício Bruno (perfeito na zaga e autor ainda do lançamento perfeito para o gol de Cebolinha), Pablo (outro que esbanjou segurança), Ayrton Lucas (bem na defesa e no apoio ao ataque) e João Gomes (como de hábito, monstruoso na marcação) formaram uma linha praticamente inexpugnável, apesar da grande pressão atleticana.

Do meio pra frente, somente Cebolinha se destacou. Apesar de Dorival Júnior exigir que ele, assim como Marinho, atue exageradamente aberto pela ponta e recue sempre para atuar como auxiliar de lateral. Ao contrário do que faz no "time das Copas", no Menguinho, o treinador flerta com o ataque posicional, o que remete ao nada saudoso Paulo Souza e manieta seus dois melhores atacantes. Vá entender o porquê...

Seja como for, a vitória foi ótima para aumentar o moral do grupo do Flamengo para o jogo de quarta-feira, quando decidirá a Copa do Brasil, contra o Corinthians, com um time formado por jogadores que nem sequer estiveram no banco de reservas contra o Atlético Mineiro.

Por falar no Timão, só pode ser visto como uma piada (de mau gosto) o adiamento de seu jogo contra o Goiás, pelo fato de que o Ministério Público do Estado proibiu a presença da torcida paulista, na Serrinha. Quando o mesmo aconteceu em São Paulo e o Flamengo não pode ter nenhum torcedor, contra o Palmeiras, no Allianz, ninguém falou nada...

Nosso futebol é uma tremenda esculhambação. É duro, mas é forçoso constatar isso.