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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Marcando pressão, Flamengo é outro. Muito melhor

17/04/2022 22h38Atualizada em 18/04/2022 14h33

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A marcação pressão dos atacantes na saída de jogo do adversário, com o avanço dos volantes para abafar a segunda bola, na intermediária rival, e a linha de zagueiros postada no meio-campo, compactando o time inteiro, era uma das principais e mais decisivas características do Flamengo de 2019, dirigido por Jorge Jesus. Tal prática foi se perdendo, com a sucessão de treinadores desastrados que o seguiram, mas foi revivida por Paulo Sousa no Domingo de Páscoa, contra o São Paulo de Rogério Ceni e deu resultado. O triunfo por 3 a 1 foi categórico e indiscutível.

Os apaixonados por treinadores e seus "processos" viram no resultado uma "vitória autoral", enxergando inúmeras virtudes táticas nas substituições e alternativas da partida. Quanta imaginação! O que o rubro-negro voltou a fazer no Maracanã foi retomar minimamente uma forma de atuar que consagrou essa equipe, que ainda conta com uma base muito expressiva do ano mágico de 2019.

Claro, há diferenças entre os estilos de Jesus e Sousa. Mas o que mudou fundamentalmente em relação aos péssimos desempenhos do Flamengo nas semifinais e finais do Carioquinha foi a marcação pressão, que desorientou o São Paulo e fez o time carioca dominar completamente o primeiro tempo.

Não fosse a falha grotesca de Rodinei, no gol de Calleri, o tricolor paulista sequer teria ameaçado a baliza de Hugo (não deu para entender o motivo de Santos não ter jogado e as explicações do técnico, no pós-jogo, não convenceram) nos 45 minutos iniciais.

Tão determinantes quanto a disposição tática extremamente agressiva foram algumas atuações individuais excelentes, como as de João Gomes (o melhor em campo), Lázaro (cada vez mais à vontade) e Éverton Ribeiro (de volta à sua posição original, parece ter reencontrado o seu bom futebol). Arrascaeta e Gabigol (com intensa movimentação, como em 2019) também brilharam e quando tantos jogam bem o resultado final não pode ser outro.

A vitória dá a Paulo Sousa um mínimo de tranquilidade e fôlego para uma autêntica prova de fogo, na próxima quarta-feira, contra o Palmeiras de Abel Ferreira, algoz do rubro-negro na final da última Libertadores. Se os rubro-negros voltarem a jogar bem, os muitos torcedores que ainda sentem, com razão, saudades de Jorge Jesus podem começar a ver o atual treinador com mais paciência e simpatia. O duelo contra Ceni foi vencido com sobras, A conferir contra o seu compatriota extremamente vitorioso por aqui,.

Em tempo: Rodinei é um desastre. Nem na ausência de Matheusinho, que se sabe lá quando volta, pode ser titular. Não faz o menor sentido pensar em renovar seu contrato. Isla entrou bem, fez um golaço e merece ocupar a ala direita contra o Palmeiras e nas próximas partidas.

A nota lamentável da partida foi a fratura na fíbula sofrida pelo jovem e talentosíssimo Matheus França. A inatividade projetada é de pelo menos três meses. Que tristeza!