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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ou o Flamengo para e se prepara ou o Palmeiras será tricampeão

09/11/2021 01h54Atualizada em 09/11/2021 01h54

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A arbitragem na Arena Condá foi tão desastrosa que Leonardo Gaciba deveria vir a público, envergonhado, ajoelhar no milho e pedir desculpas por erros tão grosseiros como o pênalti claro do goleiro Keller em Gabigol e o impedimento marcado em outra jogada na qual o artilheiro partia de seu próprio campo.

O prejuízo rubro-negro, entretanto, não é suficiente para explicar mais uma atuação medonha do time de Renato Gaúcho, péssimo em todos os aspectos coletivos e individuais e incapaz de bater o lanterna do campeonato, mesmo tendo atuado a maior parte do segundo com um jogador a mais. Um enorme vexame.

Jogo após jogo, o Flamengo derrete, se liquefaz. É um espectro cada vez mais pavoroso daquele time que encantou o continente sob o comando de Jorge Jesus. E faltam pouco mais de duas semanas para a final da Libertadores! Acreditar que as simples voltas de Arrascaeta, Filipe Luís e David Luiz serão capazes de devolver o encanto à equipe parece à esta altura otimismo exagerado.

Depois daquele início espetacular (e até inesperado) sob o comando de Renato, nas últimas apresentações, o rendimento começou a desabar em queda contínua e preocupante. Porque não é somente a indigência tática (90% das jogadas ofensivas do Flamengo agora são cruzamentos altos e a esmo sobre a área adversária), mas também a decadência técnica de seus principais jogadores.

Éverton Ribeiro chega a dar pena; Gabigol está nitidamente pesado, lento, sem reflexos e pontaria e Bruno Henrique se mostra a anos-luz daquele jogador espetacular de 2019. Três dos chamados "avançados", como os chamava Jorge Jesus, atravessam péssimo momento. E o quarto ainda está entregue ao departamento médico...

Agora que acabou a bazófia da luta pelo tricampeonato consecutivo do Brasileiro, o Flamengo precisa, urgentemente, cair na real, se quiser salvar o último título que ainda disputa - e é o mais importante de todos. Vários de seus titulares necessitam de recondicionamento físico e técnico. E deveriam ser, imediatamente, entregues aos preparadores físicos para uma mini pré-temporada que os deixe novamente em forma.

Que os reservas e os sub-20 (que já não disputam o Brasileiro da categoria) joguem a maioria das partidas que faltam até à final da Libertadores. Éverton Ribeiro (acima de todos), Gabigol, Bruno Henrique, William Arão e Michael têm de ser preservados e treinados para a partida mais importante da temporada.

Se o Flamengo conseguir chegar a Montevidéu com os onze titulares disponíveis e em forma, ainda é possível sonhar com o tri da Libertadores. Não por causa do trabalho de Renato Gaúcho, que é péssimo, mas pela memória tática dos tempos de Jorge Jesus e pela qualidade de seus jogadores.

Mas se eles não forem devidamente preparados neste tempo que resta, esqueçam. Esfalfados e jogando como têm jogado, Éverton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique não ganham de ninguém. Nem da Chapecoense, última colocada e pior campanha do Brasileiro em todos os tempos, com um jogador a menos...

Na física, Landim?

Numa das reuniões da Liga dos clubes da primeira e da segunda divisões, quando se discutia a venda dos direitos de transmissão para algumas empresas intermediárias, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, manifestou interesse em comprar parte desses direitos como pessoa física.

Não custa lembrar, como mostrou recentemente a agência Sportlight, de Lúcio de Castro, o Flamengo abriu uma empresa nos EUA (já fechada), tendo como sócios os vice-presidentes Rodrigo Dunshee de Abranches e Rodrigo Tostes, ambos na pessoa física. Tal firma já foi fechada, mas o fato de ter sido aberta sem o crivo dos conselhos do clube cheirou mal. Como esse desejo de Landim.