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Renato Mauricio Prado

São Paulo sobra. Flamengo precisa se reinventar

Gérson e Daniel Alves disputam bola durante São Paulo e Flamengo - Marcello Zambrana/AGIF
Gérson e Daniel Alves disputam bola durante São Paulo e Flamengo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

19/11/2020 02h57

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Classificação justíssima do São Paulo, eliminando o Flamengo, na Copa do Brasil. O placar agregado de 5 a 1 não deixa margem a dúvidas. Se na partida de ida, no Maracanã, o rubro-negro ainda pode se queixar da sorte (desperdiçou boas oportunidades e acabou derrotado numa bobeada infantil do jovem goleiro Hugo); no Morumbi, o tricolor paulista mereceu o 3 a 0, construído com superioridade absoluta no segundo tempo.

Os três triunfos em sequência sobre o atual campeão brasileiro e da Libertadores (houve ainda o 4 a 1, pelo Brasileirão) catapultaram o time de Fernando Diniz de um ambiente de crise, por eliminações decepcionantes no Paulistinha, na Libertadores e na Sul-Americana, à fase mais brilhante sob o comando técnico.

Classificado para a semifinal de uma competição que nunca conquistou, a Copa do Brasil, e com ótimas chances de assumir a ponta do Brasileiro, se vencer pelo menos dois dos três jogos adiados que tem pela frente. Que mudança radical!

Evolução que se deve acima de tudo à efetivação de jovens que se tornaram peças importantíssimas no esquema de Diniz, como Gabriel Sara, Brenner, Luan, Diego Costa, Igor Gomes etc. Com o vigor deles, ressurgiu também o futebol do veterano Daniel Alves que, partindo mais de trás para organizar a equipe, não se furta de avançar, para dar passes preciosos, como o do primeiro gol de Luciano, no Morumbi.

Ironicamente, ao contrário do São Paulo, o Flamengo insiste agora em apostar em jogadores mais "rodados" como Léo Pereira, Gustavo Henrique e Renê, mesmo tendo revelado, na epidemia da Covid, jovens talentos como Natan, Ramon, Noga e Otávio - para ficar apenas na defesa. A zaga que atuou no Morumbi (Matheusinho, Thuler, Léo Pereira e Ramon) teve atuação pavorosa. Mais uma da defesa, que vem colecionando vexames, desde os tempos de Domènec. O que fará Rogério Ceni, daqui pra frente?

Indiscutivelmente, o grande número de desfalques importantes, como Gabigol, Pedro, Filipe Luís, Isla, Thiago Maia, Rodrigo Caio e Diego pesam. Mas insistir com nomes que, repetidas vezes, têm fracassado, como a dupla de zaga, Michael e Vitinho parece caminho certo para um fracasso retumbante.

Se o São Paulo terá tempo de sobra para preparar as semifinais contra o Grêmio (marcadas para os dias 23 e 30 de dezembro), o Flamengo já na próxima terça-feira, enfrentará o Racing, na Argentina, pela Libertadores. Novo tropeço pode dar início a uma crise de proporções imprevisíveis. Inclusive em termos financeiros, pois o clube orçou resultados expressivos na Copa do Brasil (já frustrados), no Brasileiro e na Libertadores.

Diante dos primeiros tropeços, é bom Rogério Ceni começar a olhar com carinho para os jovens da base. E, fundamental, o departamento médico rubro-negro, ano passado tão eficiente e justamente elogiado, começar a recuperar em menos tempo os seus jogadores.

Rodrigo Caio, por exemplo, peça fundamental no esquema defensivo de Jorge Jesus, não atua desde que voltou dos jogos da seleção brasileira, na primeira e segunda rodadas das eliminatórias sul-americanas. Há 38 dias...