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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Novo Íbis? Time italiano perde todos os jogos e sofre 264 gols na temporada

Clube italiano Campodipietra perdeu todos os 30 jogos desta temporada - Reprodução/Instagram
Clube italiano Campodipietra perdeu todos os 30 jogos desta temporada Imagem: Reprodução/Instagram

Para o UOL

30/05/2023 04h00

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A equipe de pior campanha desta temporada nas cinco principais ligas da Europa é o Angers, que somou 18 pontos nas 37 rodadas já disputadas do Campeonato Francês. Aqui no Brasil, o Íbis, que se autoproclama o pior time do mundo, também fez o que se esperava dele e, com 12 pontos conquistados em 12 jogos, acabou rebaixado para a segunda divisão de Pernambuco.

Parece ruim, né? Mas o ano desses dois clubes é maravilhoso quando a régua de comparação é o Campodipietra, agremiação que disputa uma das 29 divisões regionais da Eccelenza, o quinto escalão do Campeonato Italiano.

O time, que pertence a um vilarejo de mesmo nome com população na casa de 25 mil pessoas, conseguiu a proeza de sofrer 264 gols em 30 partidas ao longo da temporada. E, com uma defesa dessas, evidentemente saiu de campo derrotado em todos os compromissos.

A campanha do Campodipietra foi a pior vista em 2022/23 nos gramados das nove divisões que formam o futebol da Itália, que incluem desde ligas amadoras de atletas de fim de semana até a elite de astros do porte de Lautaro Martínez (Inter de Milão), Rafael Leão (Milan) e Victor Osimhen (Napoli).

É que, além das 30 derrotas em 30 partidas, a equipe da região de Molisse não se limitou a terminar o campeonato com pontuação zerada. Como foi punida por questões administrativas, ficou com três pontos negativos na tabela.

Ao longo da temporada inteira, o Campodipietra só conseguiu marcar quatro gols. Em compensação, em todos os jogos foi vazado pelo menos três vezes. A derrota mais elástica aconteceu na penúltima rodada (30 de abril), quando levou 19 a 0 do Campobasso, campeão da liga.

A campanha da equipe que "não sabe o que é não perder" inclui também um W.O. Em setembro, ou seja, ainda no comecinho de 2022/23, não compareceu para o compromisso contra o Virtus Goiese. Pelo regulamento do torneio, o placar final da partida foi creditado como 3 a 0, o que acabou sendo uma das derrotas "mais magras" sofridas pelo clube.

O mais impressionante é que, mesmo com a invencibilidade às avessas e uma média de 8,8 gols sofridos por partida, o Campodipietra começou e terminou o campeonato com o mesmo treinador, Gianni Cagiano.

Outra curiosidade é que o clube não é tradicionalmente ruim... pelo menos, não para o padrão da quinta divisão da Itália. Na temporada anterior, ele chegou a brigar pelo acesso e terminou na terceira colocação da sua chave.

Mas, desta vez, a equipe teve dificuldades para conseguir montar um elenco (foi justamente por isso que protagonizou um W.O.) e precisou recorrer a adolescentes para completar um time. O resultado, como os números mostram, foi catastrófico.

Bem distante da realidade do Campodipietra, a elite do futebol italiano também vive uma temporada histórica. Mas, ao contrário do que rolou com o clube da quinta divisão, essa excepcionalidade está acontecendo no melhor dos sentidos.

O Calcio está representado na decisão de todas as três competições continentais interclubes de 2022/23. Amanhã, a Roma desafia a hegemonia do Sevilla na final da Liga Europa, em Budapeste (Hungria). Na quarta-feira da próxima semana, será a vez de a Fiorentina medir forças com West Ham para tentar ficar com o título da Conference League, em Praga (República Tcheca).

E, no dia 10 de junho, a Inter de Milão cruzará o caminho do Manchester City, em Istambul (Turquia), no jogo que vale a taça da Liga dos Campeões e o posto de melhor time do continente.

A liga italiana também teve um desfecho fora do comum. O clube premiado com o título foi o Napoli, que, com uma campanha quase que irretocável, encerrou um jejum de 33 anos desde a vez anterior em que havia levantado a taça.