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ReportagemEsporte

Corinthians ainda nem vendeu Wesley e eventual receita pode sofrer bloqueio

No processo em que cobra R$ 3.024.942,26 do Corinthians, a empresa do agente André Cury pede uma medida similar à penhora de diretos econômicos de cinco jogadores. Eventuais transferências só poderiam ser concretizadas se o valor cobrado fosse depositado em uma conta judicial. Haveria o bloqueio do registro dos atletas para negociações.
A Link Assessoria Esportiva e Propaganda solicita que a Justiça paulista determine o bloqueio de cerca de R$ 3 milhões nas contas do Alvinegro.
Caso não seja encontrada a quantia suficiente, outras medidas são pedidas. Entre elas está a solicitação de notificação para a CBF no sentido de impedir eventuais transferências de Wesley, Yuri Alberto, Pedro Raul, Guilherme Biro e Giovane sem que o débito seja quitado ou com o valor exigido sendo depositado em juízo.

Vale lembrar que o presidente do Corinthians, Augusto Melo, está em viagem de negócios e visitas fora do país. Um das possibilidades é a de que ele escute ofertas por Wesley.

Se a solicitação da Link for aceita, será como se o Corinthians tivesse parte a receita bloqueada antes mesmo de vender um dos atletas citados.

O pedido foi feito inicialmente no último dia 7. Porém, após reportagem do colunista do UOL Bruno Andrade mostrando o interesse de um clube alemão em Wesley, a Link reforçou a solicitação em caráter de urgência, na última terça (28).

"A referida matéria demonstra que há fortes indícios de que o Atleta Wesley Gassova Ribeiro Teixeira seja transacionado pelo Executado com o clube alemão, pelo valor superior 113 milhões de reais, o que demonstra a urgência da análise dos requerimentos formulados", diz a petição, assinada pela advogada Adriana Cury Marduy Severini, irmã do empresário. Ela atua ao lado de Fernanda Saade no caso.

Trecho do documento diz: "Requer que seja expedido ofício para a Diretoria de Registro, Transferência e Licenciamento de Clubes da CBF e para Federação Paulista de Futebol para que lancem restrição de registro/valores a fim de impossibilitar que o atleta seja desvinculado do executado e transferido para outra entidade desportiva sem o pagamento deste débito e comuniquem ao clube que vier a adquirir os percentuais dos direitos econômicos dos atletas Wesley Gassova Ribeiro Teixeira; Yuri Alberto Monteiro da Silva, Pedro Raul Garay da Silva; Guilherme Sucigan Mafra Cunha (Guilherme Biro) e, Giovane Santana do Nascimento (quem primeiro for negociado). O valor referente ao
crédito executado deverá ser devidamente corrigido até a data do efetivo pagamento e deverá ser depositado a favor deste E. Juízo, sob pena: desobediência de ordem judicial e de responsabilização por não fazer".

Também é requerido que, em caso de deferimento da medida, o dinheiro das vendas (se elas acontecerem) seja depositado numa conta judicial, até o caso ser resolvido pela Justiça.

A Link pede ainda que Augusto seja nomeado fiel depositário dos direitos econômicos dos jogadores citados. O dirigente não poderia negociar os atletas sem autorização da empresa.
Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa do Corinthians afirmou que "o clube não comenta assuntos internos que ainda estão em andamento sem ter uma parecer final".

A lista de pedidos da Link inclui penhora de 20% do faturamento da agremiação, créditos relativos a direitos de transmissão de jogos e na CBF e quantias que pertencentes ao fundo ligado à arena corintiana.

O juiz Rubens Pedreiro Lopes não havia decidido sobre os pedidos até a conclusão deste post.

Corinthians

Os advogados do Alvinegro protocolaram petição nesta quarta discordando dos cálculos para a cobrança do débito. Eles também sustentaram que parte da dívida está prescrita para termos de execução.

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São argumentos iguais aos que já tinham sido apresentados nos embargos à execução, que têm outro número processual.

Sobre os diferentes pedidos de penhora, incluindo o bloqueio de diretos econômicos dos jogadores, a defesa corintiana alega que há penhora em excesso.

"A cumulação dos pedidos acima é evidente excesso de penhora e causaria prejuízo irreparável ao executado, que teria diversas de suas verbas executadas, impossibilitando a condução de sua operação, colocando em risco sua própria existência, motivo pelo qual não pode ser deferida", diz a petição.

O Corinthians também pede que o valor máximo de penhora ou bloqueio em suas contas ou faturamento seja de R$ 150 mil. Com esses argumentos, os advogados do clube solicitam o indeferimento dos pedidos da empresa do agente.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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