Brasileiro torcer para a Argentina não ajuda o futebol sul-americano

Não sei se dá para chamar de onda o fato de alguns brasileiros torcerem para a Argentina derrotar o Brasil na final da Copa América, neste sábado (10), no Maracanã.

Mas, se isso virar moda, não será saudável para o futebol sul-americano.

Não entenda este post como uma crítica ao brasileiro que torce pela volta olímpica dos argentinos nesta noite. O ponto é outro. A rivalidade entre Brasil e Argentina é uma das poucas coisas que ainda fazem os olhares do mundo da bola se voltarem para o continente. Sim, continuamos produzindo craques na América do Sul, mas rapidamente eles vão desfilar na Europa.

Nesse cenário, quando um brasileiro torce para a Argentina, ele menospreza essa rivalidade, que é vital para as duas seleções.

A final da Copa América não teria a mesma importância se fosse entre outros países. O peso de uma derrota e a alegria da vitória seriam menores se não fosse Brasil contra a Argentina.

A necessidade de um ser melhor do que o outro faz ambos evoluírem

É assim que funciona no esporte. Prost e Senna cresceram ainda mais por causa da obsessão que um tinha por vencer o outro. Federer x Nadal, Magic Johnson x Larry Bird e por aí vai. Todos esses duelos fortaleceram também as respectivas modalidades.

Se a moda de brasileiro torcer para a Argentina pegar, o brilho de uma das maiores rivalidades (talvez a maior) entre seleções ficará menos intenso.

É tudo o que um continente que viu a última conquista de um de seus representantes no Mundial de Clubes em 2012, com o Corinthians, e na Copa do Mundo em 2002, com o Brasil, não precisa.

Viva a liberdade de escolha. Mas brasileiro encarar até amistoso das categorias de base com a Argentina como final de Copa do Mundo é essencial para o futebol sul-americano.

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