Quatro vezes em que não te falaram a verdade em relação à Copa América

1 - Vacinação

Em 31 de maio, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, disse que o governo federal colocou como condição para a realização da Copa América no Brasil a vacinação de todos os membros das delegações.

"São dez times com dois grupos, 65 pessoas por delegação. Todos vacinados. Foi a imposição que tratamos com a CBF", disse Ramos na ocasião.

No último dia 7, porém, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não é exigida pelo governo a vacinação de todos participantes.

"Não é uma imposição a questão da vacina. Os que estiverem vacinados, melhor. Mas não vai haver um esforço para vacinar agora. Até porque a vacina pode causar uma reação, e isso poderia comprometer o ritmo competitivo dos jogadores", declarou Queiroga.

A Conmebol havia prometido vacinar todas as seleções antes da Copa América. Mas, não deu tempo de aplicar duas doses em todos os jogadores. Até a publicação deste post, a confederação não havia esclarecido a situação de cada seleção em relação às vacinas.

2 - Segurança sanitária

Governo federal e CBF batem na tecla de que a competição é segura do ponto de vista sanitário e tem um protocolo eficiente.

Porém, antes mesmo de o torneio começar, já houve surto de covid-19 numa seleção. Foi na Venezuela, adversária da seleção brasileira na abertura da competição, neste domingo.

Já no Brasil, 11 integrantes da seleção venezuelana apresentaram testes positivos. Ou seja, num momento grave da pandemia, o Brasil recebe um evento que ajuda a aumentar a circulação do vírus no país. Mesmo com o isolamento dos infectados, quem testou positivo passou por aeroporto e pela entrada do hotel, além de ter contato com outros membros da delegação.

3 - Casos no futebol brasileiro

No último dia 8, o ministro da Saúde disse na CPI da Covid-19 que houve apenas um caso positivo de coronavírus no Brasileirão do ano passado. Na verdade, foram mais de 300. O dado falso foi usado por Queiroga para defender a Copa América em no Brasil.

4 - Posição da seleção

Tite disse que os jogadores da seleção brasileira tinham uma posição clara sobre a Copa América no país. Por sua vez, Casemiro afirmou que a posição dos jogadores era unânime.

Porém, quando os atletas divulgaram manifesto contra a competição, os motivos do posicionamento não ficaram tão claros como Tite sugeriu. Mas é evidente que não há um consenso sobre porque discordar da realização do torneio em estádios brasileiros.

"Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil", diz o texto divulgado pelos comandados de Tite.

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