Antes fundamental, analista de mercado está 'escanteado' no Corinthians
Contratado para iluminar o caminho da atual diretoria na reformulação do elenco, o analista de mercado Thiago Gasparino está "escanteado" no Corinthians.
Com as ações no departamento de futebol concentradas no executivo Fabinho Soldado e no presidente Augusto Melo, Gasparino não desenvolve seu trabalho conforme o planejado, de acordo com a apuração da coluna.
Nese momento, por exemplo, ele deveria estar participando do planejamento para a atuação do Alvinegro na próxima janela de transferências. Porém, o assunto é controlado por Soldado e Augusto.
Sem integração com o restante do departamento de futebol, o que inclui a comissão técnica, o trabalho do analista de mercado fica prejudicado no sentido de entender as necessidades do clube na janela de transferências.
A rotina de trabalho de Gasparino e a estrutura para desenvolver suas atividades também não são como foram planejadas.
No entorno do presidente, são feitas críticas ao trabalho do analista. Há quem considere a demissão dele uma questão de tempo. Para isso acontecer, é preciso pagar uma multa rescisória. O valor é mantido em sigilo.
No início da gestão, Augusto e Rubens Gomes, o Rubão, estipularam como meta contratar jogadores com base em estatísticas.
Os dados de scout ajudariam o clube a errar menos nas contratações. Por isso, Gasparino se tornou uma peça fundamental na reconstrução do time.
Hoje, os críticos do profissional no entorno de Augusto afirmam que ele ajudou a montar um time caro e que não está à altura do que a equipe precisa. A eliminação na primeira fase do Campeonato Paulista e os três primeiros jogos sem vencer e sem marcar no Brasileirão são usados para embalar o discurso.
A vitória e os gols só vieram na quarta rodada, nos 3 a 0 sobre o Fluminense no último domingo (28).
Quem defende Gasparino diz que a crítica é simplista. O argumento é o de que seu trabalho não se limita ao momento de ir às compras e que, por estar isolado, ele não consegue desenvolver seus planos.
Outros pontos levados em consideração são os fatos de o trabalho do técnico António Oliveira estar no início e de lesões atrapalharem o desenvolvimento do time.
O lateral esquerdo Diego Palacios, por exemplo, lesionou o joelho esquerdo logo no início da temporada, precisou passar por uma artroscopia e está fora do time.
Ele foi um dos atletas trazidos com a ajuda de Gasparino.
Outro ponto é que nenhuma contratação foi feita sem a aprovação do presidente corintiano.
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Quero receberCrise política
Para os que consideram precipitadas e injustas as críticas ao trabalho do analista, ele é vítima da crise entre Augusto e Rubão.
Os dois dirigentes se distanciaram. O diretor de futebol também está "escanteado". A tese é de que Gasparino ficou com a imagem ligada ao diretor de futebol. Assim, sua demissão serviria para atingir Rubão.
Porém, a contratação do ex-funcionário do Real Valladolid, da Espanha, tem também as digitais do presidente. Ele foi indicado a Augusto e Rubão quando os dois visitaram o Barcelona no ano passado.
Silêncio
Entre outras questões, a coluna perguntou para Augusto, por meio de mensagem de texto sobre as situações de Rubão e Gasparino. O dirigente não respondeu, e a assessoria de imprensa do Corinthians disse que ele não se pronunciaria sobre os questionamentos.
O diretor de futebol e o analista de mercado também não quiseram se manifestar.
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