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Por que o mercado da bola está devagar no começo de 2021?
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Certamente, você já percebeu que o mercado da bola esta mais devagar no início de 2021 em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Para entender o que acontece e quais sãos as expectativas para os próximos dias, o blog ouviu empresários com atuação no país e no exterior.
O diagnóstico aponta que a frágil situação financeira da maioria dos clubes brasileiros piorou ainda mais com os efeitos da pandemia, como a ausência de receita de bilheteria e queda no valor de parte dos patrocínios.
Tal situação tende a aumentar o uso de recursos como trocas e busca por jogadores que estão sem contrato, modalidades de negociação já populares no país antes da crise na saúde.
Os agentes ouvidos pelo blog relatam que o mercado europeu também foi atingido pelos efeitos da pandemia e que, por isso, perdeu força na última janela de transferências no continente, encerrada em janeiro.
"O mercado está lento, (por causa da) perda de receita grande. No Brasil, a crise vai ser maior", afirmou o empresário Giuliano Bertolucci.
Na opinião dele, o mercado europeu de transferências vai demorar para retomar o fôlego. "Deve melhorar um pouco a janela do meio do ano, mas só volta (ao normal) em 2022", analisou Bertolucci.
"O mercado está começando a se movimentar, mas está bem mais parado do que era. Vai ser situação de troca, de empréstimo. Vai ser aquela situação de prioridade para jogador que está ficando livre. As transferências não vão ser altas. Na Europa, os países grandes estão falando em transferências de 5 milhões a 10 milhões de euros (para a próxima janela). Antigamente se falava de 15 milhões a 30 milhões de euros", afirmou o agente Leonardo Cornacini.
Para André Cury, empresário e ex-representante do Barcelona na América do Sul, a pandemia não pode levar sozinha a culpa pela atual desaceleração no mercado da bola no Brasil.
"A pandemia serve para maquiar o que já estava acontecendo no futebol brasileiro com administrações amadoras que levam os clubes à fase pré-falimentar. Obviamente, a pandemia afeta, mas a crise no setor não é por causa dela. São clubes que não têm orçamento, gastam mais do que podem em contratações. A única coisa boa é que muitos estão quebrados e foram forçados a usar as categorias de base", disse Cury.
Ele cita o fato de a receita de bilheteria não ser a principal fonte de recurso das agremiações brasileiras para argumentar que a escassez de dinheiro para movimentar o mercado está menos ligada aos efeitos da pandemia do que ao modo como os times brasileiros são geridos.
"Na primeira semana (da crise sanitária), clubes já mandaram carta dizendo: 'não vamos poder pagar'. Já não pagavam antes. Tem gente usando como desculpa", afirmou Cury.
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