Topo

Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Gabriel Barbosa, o Gabigol, se sobrepõe a Lil Gabi. É o destino

Mauro Cezar

30/10/2022 17h34

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Durante a temporada Gabriel Barbosa chegou a irritar torcedores do Flamengo. Motivo: as atuações abaixo do esperado, as claras chances de gol desperdiçadas.

Inclusive na Copa Libertadores, como no duelo contra a Universidad Católica, no Maracanã, saindo cara a cara com o goleiro adversário e não convertendo. Mais de uma vez.

Em dado momento as críticas misturavam o desempenho de Gabigol e suas prioridades. Sem render o esperado, não faltou quem o visse como mais preocupado com uma nova ocupação, algo como uma carreira paralela.

Sim, indubitavelmente em 2022 foi bem comentado o nome de Lil Gabi, sua versão de intérprete de um gênero musical denominando "trap". Seja um mero hobby ou algo que ele leve realmente a sério, gerou broncas.

Claro, rubro-negros insatisfeitos com os gols por ele perdidos passaram a achar que isso acontecia por o artilheiro estar mais preocupado com a outra atividade. Mas como evitar esse tipo de conclusão popular?

Aos poucos, Gabriel voltou a fazer bons jogos. Antes já se movimentava muito na parceria com Bruno Henrique, mas a grave lesão do companheiro transformou Pedro em titular. E o camisa 9 passou a sair ainda mais das imediações da área.

Não era exatamente uma novidade. Na vitória sobre o Goiás (1 a 0) no Maracanã, por exemplo, o então técnico Paulo Sousa escalou os três. E Pedro marcou após assistência de Matheuzinho, que recebeu ótimo e fundamental passe de Gabriel.

Sim, o "9" aparecia em alguns momentos como se fosse o "10", mas continuava perdendo boas e ótimas oportunidades. Ao mesmo tempo, o novo centroavante titular conduzia o time a vitórias com maior regularidade. Foi até eleito craque da Libertadores!

No entanto, nem Pedro ou qualquer outro jogador do elenco parece capaz de coisas que só Gabigol faz. Com palavras, despertou o inferno no Maracanã contra o Atlético Mineiro. E o Flamengo virou o embate e eliminou da Copa do Brasil o então campeão.

Ou na cobrança de pênalti contra o Corinthians, que significaria a perda do troféu, caso não a convertesse. Gabriel Barbosa não deu chances a Cássio e despertou o estádio, ressabiado, ao comemorar efusivamente. A taça viria quatro batidas de penalidades depois.

Mas ainda é fazendo gols que Gabriel realmente se destaca, é quando "vira" Gabigol. O toque de primeira para as redes do Athletico após jogada genial de Everton Ribeiro valeu o título da Libertadores em Guayaquil.

São três finais do torneio internacional disputadas, quatro gols. E três deles deram ao Flamengo dois títulos. Não é pouco. É muito. Chame-no de Gabriel Barbosa, de Gabi, o que for. No final, fica evidente que na hora decisiva Gabigol se sobrepõe a Lil Gabi. É o destino.