Fifa libera de punição atleta que não queira jogar por causa do coronavírus
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A Fifa recomendou que os jogadores fossem protegidos do surto do novo coronavírus mundo afora. Em comunicado enviado aos filiados, abriu precedente para que atletas que optem por não entrar em campo não recebam qualquer tipo de punição disciplinar. Inicialmente a recomendação vale para competições internacionais de seleções, mas abre-se a possibilidade para que ocorram também em torneios nacionais.
No Brasil a CBF suspendeu os campeonatos que organiza diretamente, mas liberou federações para decidirem o que fazer em seus Estaduais e o resultado foi que ao menos 14 mantiveram suas competições. Algumas, inclusive, com a presença de torcedores nos estádios.
No dia 13 de março, em documento assinado pela secretária-geral Fatma Samoura, a Fifa orientou as associações a cancelarem jogos de seleções que estivessem marcados para a data Fifa do fim de março — a entidade já havia adiado as Eliminatórias asiáticas e sul-americanas para a Copa de 2022, no Qatar. Mas as recomendações não pararam aí.
Os clubes foram liberados a não cederem jogadores caso alguma associação não adiasse amistoso marcado — em datas Fifa é obrigatória essa liberação. No item 2 do comunicado a Fifa diz que mesmo se uma federação não desconvocou, e o clube liberou, o jogador pode por sua vontade recusar a convocação e no item 3 deixa claro: "qualquer decisão tomada não pode ser sujeita a punições disciplinares".
Neste momento a CBF cancelou a Copa do Brasil, seu principal torneio em andamento, e competições de base. A Copa do Nordeste, torneio regional organizado por uma liga, mas chancelado pela confederação brasileira, também anunciou o adiamento. Sobraram os Estaduais e cada federação tomou um rumo diferente, algumas ignorando proteção aos jogadores.
Onze suspenderam as competições, e entre elas estão os principais Estaduais como São Paulo, Rio, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco. Outros oito decidiram inicialmente pelos portões fechados, entre eles o Baiano e o Cearense, mas na Bahia já houve recuo da federação e o torneio foi paralisado. No Ceará, reunião que contou com a presença até do Ministério Público liberou as partidas sem público e decidiu-se adiantar rodadas para terminar a segunda fase e depois definir o que será do restante do torneio, mas já há movimentação também pelo adiamento.
Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Tocantins e Espírito Santo não só vão colocar os jogadores em campo como não proibiram a presença de torcedores, ignorando orientação do Ministério da Saúde de evitar aglomerações. Ainda pode haver decisões judiciais que proíbam essas partidas, a depender de como vai agir a promotoria em cada Estado.
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