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OPINIÃO

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Onde estão todas as mulheres do (ex) presidente?

Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves - Tom Zé/Futura Press/Estadão Conteúdo
Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves Imagem: Tom Zé/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

06/11/2022 16h17

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Por onde andam as mulheres que participaram da campanha de Jair Bolsonaro para a reeleição?

É isso mesmo. Por quatro anos, e durante esses últimos meses, elas espalharam discursos de ódio, preconceito e violência por todos os lugares. Mas agora se calaram.

O que anda fazendo Michelle Bolsonaro, que foi a atriz principal desse filme de terror?

Ela foi a verdadeira "namoradinha do Brasil" golpista, espalhando ódio e tentando criar uma guerra religiosa. Mentiu, manipulou, querendo colocar o Lula como o representante do mal, sendo que esse título era do seu marido.

Fez carinha de meiga para espalhar preconceito, foi chamada de "princesa", mas estava mais para a rainha má da Branca de Neve do que qualquer outra coisa.

Deu beijo "técnico" no Bolsonaro porque fazia parte da cena. Fez sermões e orações pedindo perversidade ao "Deus" deles. Mas, de repente, saiu de cena — e olha que esse filme de terror só acaba em 31 de dezembro.

E a "sinistra" Damares Alves, que passou do ponto diversas vezes? Já deveria ter sido investigada quando falou que iria algemar e prender todos os governadores, durante aquela reunião ministerial golpista.

Cansou de fazer movimentos odiosos pelo Brasil afora, mas a gota d'água para ela foi a fala horrenda, mentirosa e irresponsável sobre as crianças da ilha de Marajó. Ali, até os apoiadores dela ficaram horrorizados com o que ela falou. Mentiu que tinha vídeos e fotos sobre o fato. Foi eleita senadora, e se calou de uma hora para outra, talvez tentando fazer com que as absurdas falas caiam no esquecimento.

Dançou, Damares Alves. Agora provavelmente terá que se explicar sobre a história assombrosa que inventou!

Agora vamos para "pistoleira de São Paulo", Carla Zambelli. Essa fugiu descaradamente para os Estados Unidos e de lá, covardemente, tenta continuar tumultuando a sociedade brasileira.

Cometeu um crime gravíssimo, e não só eleitoral. Sacou uma arma no meio da rua na véspera de 2º turno, colocando em risco a vida do homem que perseguiu, assim como todas as pessoas que estavam passeando por ali tranquilamente. Foi uma cena grotesca, de uma pessoa também grotesca.

Agora terá que depor para a Procuradoria Geral da República e disse que está a disposição para depor. Mas então por que fugiu?

Ela já tem alguns processos por fake news, suas redes foram canceladas e ela agrediu muita gente nesses quatro anos de trevas que passamos. Sumiu fugindo porque é covarde.

Quem também sumiu e se calou foi a médica negacionista Nise Yamaguchi, que mentiu um monte durante o seu depoimento na CPI da covid. Foi parceira de Jair Bolsonaro na propaganda de medicamentos ineficazes para o tratamento da doença, que já vitimou quase 700 mil pessoas.

Sem dúvida também será investigada pelo negacionismo e por desrespeitar os resultados comprovados de que a cloroquina não tinha efeito positivo algum no tratamento da covid-19. Isso causou muitas mortes de pessoas que acreditaram nela, no Bolsonaro e em todos os negacionistas. Foi tudo muito cruel, perverso e irresponsável.

E não poderia esquecer, de forma alguma, da deputada federal Bia Kicis e a médica Mayra Pinheiro, a capitã cloroquina, que foram grandes parceiras de todos os negacionistas em defesa de medicamentos ineficazes.

Bia Kicis faz parte da extrema-direita radical que também terá muita coisa para explicar para sociedade brasileira. Apesar do foro privilegiado, muito pode ser investigado e terminar de forma desagradável para ela, assim como para todos que defenderam métodos sem eficácia, que matou muita gente inocente.

A única que fala alguma coisa, apesar de totalmente desconectada da realidade dos fatos, é a atriz Regina Duarte. A ex-secretária da Cultura do Bolsonaro está dizendo que as manifestações golpistas são emocionantes, por serem uma luta pela liberdade.

Sra. Regina: como pedidos de intervenção militar e golpe podem ser classificados como luta pela liberdade? Quer defender o nefasto Jair Bolsonaro, defenda. Mas fale coisas com nexo. Ele já perdeu e a senhora continua querendo manipular a população com mentiras?

Era seu fã desde a novela "Véu de noiva" e acompanhei toda a sua carreira, do final dos anos 1970 até os anos 1980. Mas, hoje em dia, de namoradinha do Brasil a senhora não tem mais nada. No máximo, pode ser a "namoradinha do golpe no Brasil".

Todas essas mulheres se esforçaram para manipular as pessoas tentando mostrar um lado "carinhoso" de Jair Bolsonaro em relação as mulheres. Só que esse carinho e respeito ele não tem por mulher alguma.

É um machista clássico, que não admite ser questionado por mulheres, demonstrando toda a sua agressividade diversas vezes principalmente com jornalistas.

Elas pensam exatamente como ele.