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Especialista culpa FMF por polêmica entre Cruzeiro e Atlético-MG no Mineiro

Cruzeiro quer contar com a sua torcida nas arquibancadas do Independência - Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro
Cruzeiro quer contar com a sua torcida nas arquibancadas do Independência Imagem: Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

27/04/2017 09h52

A polêmica envolvendo a questão da presença de público na final do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Atlético-MG poderia ser resolvida pela Federação Mineira de Futebol. Este é o entendimento de Louis Dolabela, ex-auditor do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais (TJD/MG) e especialista em direito desportivo.

A opinião é embasada no regulamento da competição. Segundo o artigo 27, "nas semifinais e final, o mando dos jogos pertencerá à FMF, que, após consultar as partes interessadas, decidirá os locais das partidas dentre todos os estádios aptos no Estado de Minas Gerais, sem que se caracterize inversão de mando de campo".

"O artigo 27 do regulamento do Campeonato Mineiro preceitua que o mando de campo da final é da Federação Mineira de Futebol. Cabe à FMF se impor, e diante da limitação imposta pela PM para jogos no Independência, marcar os jogos finais para o Mineirão e fazendo assim cumprir o seu próprio regulamento", disse ao UOL Esporte.

"A FMF não pode lavar as mãos e deixar a decisão por conta dos clubes já que o regulamento é claro. Cabe a ela decidir os locais das partidas", acrescentou Louis Dolabela.

A polêmica envolvendo a decisão do Campeonato Mineiro se dá por conta dos mandos de campo. O Cruzeiro propôs que as finais fossem disputadas no Mineirão, com divisão igualitária na carga de ingressos. O Atlético-MG, por sua vez, se opõe à solicitação e pretende mandar a finalíssima no estádio Independência. Desta forma, os atleticanos terão direito a 10% das entradas no Gigante da Pampulha, enquanto os cruzeirenses teriam o mesmo percentual no duelo de volta.

O problema é que o Campo do Horto não poderá contar com a presença de torcida visitante em clássicos desta magnitude, de acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG). O coronel Schubert Siqueira Campos, chefe do Comando de Policiamento Especializado (CPE) de Belo Horizonte, descartou a possibilidade há três dias.

Nessa quarta-feira (26), o Cruzeiro se manifestou e deixou clara a intenção de contar com a presença de sua torcida no local. O clube promete acionar o Ministério Público do Estado de Minas Gerais a fim de fazer valer o seu direito de ter no mínimo 10% da carga de ingressos:

"O Cruzeiro mostra preocupação com os fatos acontecidos ontem na reunião, onde, ao que parece, existiu direcionamento para caso o segundo jogo seja no Independência a torcida do Cruzeiro seja proibida de ir ao jogo. O Cruzeiro vê isso com muita preocupação. Estamos tentando ver com o Fabiano (de Oliveira Costa), nosso diretor jurídico, para marcar audiência com Ministério Público. Nosso rival tem o total direito de mandar o jogo onde eles quiserem, mas a torcida do Cruzeiro tem total direito de assistir à final do campeonato no estádio. O campeonato tem mais de 100 anos e a gente acredita que proibir nossa torcida de assistir ao jogo é o cúmulo do absurdo", afirmou.