A vida paralela de Iniesta: meia é mecenas de clube da Espanha
A cada fim de semana, o meia Andrés Iniesta, 31, vai a campo para ajudar o Barcelona a se manter na liderança do Campeonato Espanhol e fica de olho com o que acontece na segunda divisão do país.
A preocupação com a Liga Adelante vai além de uma simples identificação com o Albacete, clube em que deu seus primeiros chutes nas categorias de base e onde jogou entre os dez e os 12 anos.
Desde 2011, o camisa 8 do Barça é o principal acionista e o maior investidor do time alvinegro, atualmente 20º colocado na segunda divisão espanhola.
A transformação de Iniesta em dirigente aconteceu quando o Albacete estava no fundo.
O clube, que chegou a emendar cinco temporadas consecutivas na elite e a ter o zagueiro brasileiro Antônio Carlos no elenco no início dos anos 1990, havia acabado de cair para a terceira divisão quando recebeu o investimento de 420 mil euros (R$ 1,7 milhão, na cotação atual) do seu filho mais ilustre.
Impossibilitado de participar ativamente do dia a dia do clube devido a seus compromissos com o Barcelona e a seleção espanhola, Iniesta transformou seu pai em conselheiro. Também virou o rosto publicitário e uma espécie de mecenas do Albacete.
Nos últimos cinco anos, praticamente todas as peças publicitárias do time levam o nome ou o rosto do jogador e dirigente.
Mas quando a estratégia de aproveitar o potencial publicitário do astro espanhol para atrair mais dinheiro para o Albacete não dá certo, o meia acaba tirando dinheiro do seu próprio bolso para investir na equipe.
O patrocinador principal do clube, que estampa sua marca no peito da camisa, é a Bodega Iniesta, vinícola da família do jogador. O acordo rende anualmente 120 mil euros (cerca de R$ 490 mil) para os cofres do Albacete.
Além do investimento inicial e da cota de patrocínio paga a cada temporada, o meia do Barcelona também evitou que o clube fosse rebaixado pela Justiça em 2013 ao quitar 800 mil euros (R$ 3,3 milhões) em dívidas trabalhistas.
Apesar de todo o dinheiro do jogador, a administração Iniesta ainda não conseguiu devolver o Albacete aos seus melhores dias.
Foram necessárias três temporadas para o clube subir da terceira para a segunda divisão e, após a 14ª colocação no ano passado, o time está na zona de rebaixamento e corre risco de voltar para onde estava antes de ser abraçado por seu craque mecenas.
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