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Tales Torraga

Por que Caniggia não foi ao funeral de Maradona

Colunista do UOL

14/12/2020 08h41

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Histórico parceiro de Diego Armando Maradona dentro e fora de campo, Claudio Paul Caniggia, 52, não esteve no velório e nem no enterro do amigo morto no último dia 25. A ausência que surpreendeu a Argentina e gerou críticas da sua ex-esposa, que chamou Caniggia de "ingrato sem memória", tem mais de uma explicação.

Cani - Twitter/Caniggia - Twitter/Caniggia
Maradona e Caniggia
Imagem: Twitter/Caniggia

A primeira tem a ver com o país onde hoje mora Caniggia, que há dois meses decidiu viver no México com a namorada, Sofía Bonelli. Qualquer esforço para viajar à Argentina e se despedir de Maradona foi ponderado pela própria Sofía, que viu Caniggia "devastado" de verdade com a notícia, como ele descreveu em seu adeus nas redes sociais.

Em conversas com a namorada, Caniggia percebeu que não estava pronto para ver o corpo inerte de Maradona, e que sua dificuldade seria explorada e registrada para sempre. O ex-astro da seleção argentina é mais um exemplo de jogador que sofre com a depressão depois de pendurar as chuteiras, e sua mudança para o México também tem a intenção de deixá-lo bem e em um ambiente que não reforce más memórias.

Outra razão para evitar o funeral de Maradona é a sensibilidade de Caniggia com a morte de seres queridos. Em 1996, ele sofreu com o suicídio da mãe, sendo consolado pelo próprio Diego, então companheiro de Boca Juniors.

O carrasco do Brasil na Copa de 1990 ficou em tamanho estado de choque com a morte de Maradona que sua filha, Charlotte, acabou sendo levada ao ar pelas TVs da Argentina revelando preocupação com o pai.

Caniggia se mantém em silêncio desde então, negando todos os pedidos de entrevista, mas a coluna apurou que ele pretende visitar a tumba de Maradona em 2021, no mais absoluto sigilo. Maradona está enterrado no Jardín Bella Vista, cemitério que fica nos arredores de Buenos Aires.