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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Rafa e o 10º título em Roma: o que muda na expectativa por Roland Garros

Reuters
Imagem: Reuters

Colunista do UOL

17/05/2021 04h00

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Rafael Nadal, 34 anos, 20 títulos de slam nas costas, não precisa vencer Roma para chegar a Roland Garros com boas chances de título. O Rei do Saibro já venceu em Paris dando show, ganhando, perdendo e até decepcionando no último torneio de aquecimento para o slam do saibro - fosse Hamburgo, Madri ou Roma. Uma derrota para Novak Djokovic neste domingo não mudaria tanto assim a cotação do euro pelas próximas duas semanas.

Dito isso, é sempre bom computar uma vitória sobre o número 1 do mundo, e Rafa conseguiu isso com uma atuação que teve brilho tanto técnico quanto tático. Primeiro, conseguiu impor seu forehand nos momentos decisivos do primeiro set, quando Nole foi exageradamente conservador, deixando que Rafa agredisse primeiro e fosse o principal responsável pelo destino da parcial.

Depois, quando Nole assumiu a posição de agressor e colou na linha de base, tentando distribuir a bola nos ralis e mesclando com excelentes curtinhas, Nadal encontrou uma maneira de 1) ficar no jogo e 2) forçar Djokovic a executar golpes de porcentagem mais baixa (falo mais sobre as devoluções e bolas altas no podcast Saque e Voleio, exclusivo para apoiadores).

Após salvar dois break points no quinto game do set decisivo, Rafa capitalizou no primeiro momento de baixa do rival. Conseguiu a quebra com um combo forehand inside-in + passada de backhand na paralela. Depois disso, precisou "apenas" confirmar seu serviço até o match point de seu 10º título em Roma.

O que muda?

Que diferença faz para Rafael Nadal ser campeão em Roma mais uma vez (além dos óbvios pontos e euros)? A grande vantagem alcançada pelo espanhol nesta semana talvez esteja na mente dos outros. Como escrevi acima, Rafa sabe o que precisa para conquistar Roland Garros. Apesar de celebrar Roma pelo que Roma significa - o que não é pouco - Nadal sempre sai da capital italiana analisando seu tênis de forma bem abrangente, consciente do que precisa melhorar. Um exemplo? Mesmo depois do jogo deste domingo, Rafa foi o primeiro a lembrar que teve sorte no duelo com Shapovalov, nas oitavas, quando enfrentou match points. Sua personalidade, sua experiência e seu currículo não deixam que um título de Masters 1000 suba à cabeça.

Por outro lado, olhando de fora, pela perspectiva de seus rivais, o fato de Nadal, 34 anos, fechar o pré-Roland Garros com os títulos de Barcelona e Roma (e nenhum problema físico aparente!) é ainda mais assustador do que nos anos anteriores. Gente como Tsitsipas, Thiem e Djokovic vai chegar a Paris ciente de que o maior desafio do tênis - bater Rafa em melhor de cinco no saibro - não ficou nem um pouco menos complicado. Isso, sim, é a maior vitória que Rafa "renova" com o resultado deste domingo.

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