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9 ideias radicais da USTA para salvar o US Open este ano

Alexandre Cossenza
Imagem: Alexandre Cossenza

Colunista do UOL

03/06/2020 04h00

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O mundo do tênis ainda vive na incerteza. É possível que o circuito mundial só retorne mesmo no ano que vem, quando a pandemia do novo coronavírus estiver totalmente controlada no mundo todo. Porém, enquanto existe um fio de esperança, as partes interessadas vêm trabalhando para tentar colocar seus eventos de pé. A Federação Francesa de Tênis (FFT) tomou a radical medida de mudar Roland Garros de maio para setembro. Agora quem revelou planos ousados foi a USTA, federação americana, que ainda não desistiu de realizar o US Open em Nova York, mesmo com a cidade fortemente afetada pela pandemia.

A intenção principal da entidade é manter o US Open em sua data original, ou seja, de 31 de agosto a 13 de setembro, mas a USTA também é responsável pelo pré-torneio, a chamada US Open Series, e é muito improvável que o pacotão inteiro aconteça em 2020. Com tudo isso em mente, os americanos já pensam em uma série de medidas nada ortodoxas. A principal delas é realizar o Masters 1000 de Cincinnati em Nova York para que os atletas não precisem viajar entre um evento e outro. Uma reportagem do New York Times listou 9 medidas radicais que já estão nos planos da USTA.

1. A bolha

Realizar o Masters de Cincinnati e o US Open no mesmo complexo - o Billie Jean King National Tennis Center, em Nova York - criaria uma espécie de bolha de segurança. Evitaria que tantos tenistas, de tantas partes do mundo, viajassem mais do que o estritamente necessário no verão americano. Isso valeria tanto para a WTA quanto para a ATP.

2. Sem público

Deixar as arquibancadas vazias, no atual cenário, não é tão radical assim, convenhamos. O futebol alemão já faz isso, e o mesmo vai acontecer em outros campeonatos e outras modalidades pelo mundo. O que seria realmente novo vem como consequência do esvaziamento do complexo. Tome o comprimido azul (ou era o vermelho? ) e siga rolando a página.

3. Testes mundo afora

Difícil de aplicar, mas necessário, segundo a WTA. Segundo a executiva-chefe de tênis profissional da USTA, Stacey Allaster (ex-CEO da WTA), testes seriam um pré-requisito para os atletas. Todos teriam que testar negativo e estar sem sintomas por um certo tempo antes da viagem até Nova York. Além disso, não pode haver contato com qualquer pessoa com Covid-19. A USTA também considera fazer um longo questionário pré-viagem e exigir consultas com médicos locais imediatamente após o desembarque.

4. Voos fretados

Difícil de crer, mas a USTA considera fretar voos de todas as partes do mundo para levar os jogadores até Nova York. A logística menos insana disso exigiria que vários tenistas saíssem de uma mesma cidade em determinado continente. É difícil imaginar a federação americana enviando vários aviões para a América do Sul, por exemplo.

5. Sem crianças

Entre os planos para manter o ambiente o mais seguro possível, a USTA considera não empregar boleiros crianças. Trabalhariam apenas adultos, o que não seria novidade em Nova York. O US Open é conhecido por ter boleiros até acima dos 60 anos. Para esta edição de 2020, todos teriam que usar luvas e não poderiam manusear as toalhas dos tenistas.

6. Times de apoio limitados

Eis aqui uma sugestão que pode incomodar muitos tenistas da elite que estão acostumados a viajar para os slams com grandes equipes. Rafa Nadal, por exemplo, leva mais de um técnico, fisioterapeuta, assessor de imprensa e não raramente está acompanhado de pai, mãe, irmã e esposa. Allaster já avisou que não será possível acomodar tanta gente. A WTA também informa que se o circuito continuar este ano, cada tenista só poderá levar uma pessoa de apoio. Vai ter gente entrando em parafuso para tomar uma decisão dessas.

7. Suítes como vestiários

Para evitar aglomerados nas quadras de treino e nos vestiários - especialmente durante a primeira semana, quando o torneio está cheio de atletas, a UTSA pretende ceder algumas das suítes de hospitalidade do Estádio Arthur Ashe para os tenistas usarem como vestiário e academia. Os restaurantes e cafés externos do complexo passariam a funcionar como área de lazer dos atletas. Além disso, o acesso às quadras de treino seria mais limitado e agendado com antecedência.

8. Um só hotel

Já imaginou se todos tenistas ficassem hospedados em um mesmo hotel durante o torneio? A USTA considera esse cenário também. Facilitaria a logística inteira. O hotel abrigaria quadras de treino, ambientes de tratamento e testes, e o transporte para o torneio seria mais simples. Se isso acontecer, o mais provável é a opção seja por um hotel fora de Manhattan.

9. Sem quali, menos duplas

A USTA não pretende reduzir as chaves principais de simples nem instalar melhor-de-três sets no masculino. Por outro lado, os planos atuais cogitam reduzir a chave de duplas para 24 times e excluir o qualifying.