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Rafael Oliveira

Desgaste físico foi parte relevante na queda da série de vitórias do Bayern

Joshua Kimmich, do Bayern, lamenta derrota do time para o Hoffenheim - Wolfgang Rattay/Reuters
Joshua Kimmich, do Bayern, lamenta derrota do time para o Hoffenheim Imagem: Wolfgang Rattay/Reuters

Colunista do Uol

27/09/2020 15h41

O Bayern é o melhor time do mundo em 2020. O nível atingido com Hansi Flick impressiona e a tríplice coroa foi uma consequência quase natural da superioridade vista em campo na maioria dos jogos.

A derrota para o Hoffenheim foi surpreendente. E até chocante pelo placar final. 4x1 não estava em qualquer roteiro esperado. E não foi aquele jogo atípico e inexplicável. A goleada foi merecida e construída de forma convincente.

Somando todas as competições, o Bayern tinha 23 vitórias consecutivas. Um recorde entre os clubes das cinco principais ligas europeias, superando o Real Madrid de Ancelotti, que teve 22 em 2014.

Não parecia fácil prever o fim da série. Mas o calendário puxado certamente contribuiu para uma exibição tão aquém do nível habitual. O clube alemão jogou uma desgastante prorrogação contra o Sevilla na quinta-feira, pela Supercopa da Uefa.

No domingo, era natural a opção de rodar parte da escalação. Da base titular, apenas Lewandowski e Goretzka ficaram no banco. E tiveram que entrar na segunda parte, mas as mexidas também não surtiram efeito.

O fato é que o Hoffenheim também tem muitos méritos. É verdade que enfrentou um time com muito menos gás para pressionar e sufocar como de costume. Sem o mesmo ritmo, permitiu mais tempo para a construção dos contra-ataques. E sofreu muito.

A sensação foi de vulnerabilidade e perigo constante. Cada bola recuperada pelo Hoffenheim representava uma chance de atacar as costas da linha de defesa. Boateng e Alaba sofreram diante de Dabbur, Kramaric e Bebou.

Kramaric, aliás, foi o grande nome da partida. Teve uma atuação muito completa, em diferentes funções e com diferentes características. Foi o atacante que atacou espaços, foi o ponta que explorou as costas dos laterais, foi a referência que usou o corpo para ganhar duelos e foi também o meia que cadenciou e esperou o momento certo para acionar os companheiros.

Era nítido o desgaste acumulado em um Bayern bem menos produtivo e muito mais vulnerável. O que não diminui os méritos do Hoffenheim, que tem sido uma pedra no sapato em vários dos últimos duelos. É verdade que o 6x0 de fevereiro poderia contrariar a estatística, mas o Hoffenheim venceu cinco dos últimos nove duelos na Bundesliga.

Os problemas do Bayern naturalmente serão relativizados, mas um alerta que pode ser levantado é o da lacuna deixada por Thiago. Não há outro meio-campista com tal capacidade de distribuição para ajudar Kimmich.

E outro grande personagem foi Sebastian Hoeness, que deixou o comando do time B do Bayern e começa sua carreira no Hoffenheim com um resultado impressionante.