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Cesar Luis Menotti foi um estilo de futebol

Pep Guardiola falou especialmente ao diário Olé! horas depois da morte de Cesar Luis Menotti, no domingo.

"Um gênio!"

Antes de decidir ser o melhor técnico do mundo no século 21, Guardiola visitou a Argentina. Conversou com Marcelo Bielsa e com Menotti.

Se Telê fosse vivo, falaria com ele também.

Menotti representou para a Argentina o estilo ofensivo, num eterno debate com o pragmatismo que, em Buenos Aires, representava Menottismo x Bilardismo. A arte de Menotti contra o alfinete para machucar adversários de Bilardo.

O que, no Brasil, sempre foi "ganhar como em 1994 ou perder como em 1982?" O dilema vale mais para a Argentina, do que para o Brasil, que venceu jogando arte, como em 1970, 1958 e com o melhor ataque em 2002.

Menotti organizou a seleção argentina. Depois de anos de técnicos interinos, comissões misturadas, sem estilo, apesar de seu inquestionável talento e títulos sul-americanos, pela primeira vez um treinador dirigiu a celeste y blanca por quatro anos ininterruptos, preparando a Copa de 1978. A Argentina não ganhou roubado. Ganhou porque jogou como Menotti queria.

Em 1968, jogou no Santos, com Pelé, a quem sempre considerou o maior de todos, mesmo perguntado pelos argentinos sobre Maradona. No fim da vida, conheceu Messi. Só em 2019, quando já era diretor de seleções nacionais, cargo quase honorífico dado pela AFA. Ao ser perguntado sobre Scaloni, o treinador respondeu que estava bem, por estar ao lado de Pablo Cesar Aimar, um símbolo de futebol-arte.

E Aimar tinha o nome Cesar, no meio, em homenagem a Cesar Luis Menotti.

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Menotti passou os últimos anos criticando o futebol brasileiro, por ter perdido suas referências. Era amor pelo que sempre admirou, o mais puro futebol-espetáculo.

Com Menotti, não se vai apenas o 12º treinador campeão mundial. Menotti leva um estilo. Mas deixa herdeiros, como Lionel Scaloni e Pep Guardiola.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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